Orgasmo seco é quando o homem tem um orgasmo sem ejaculação. Ou seja, sem a eliminação do sêmen pelo canal da uretra.
Embora seja comum que o orgasmo masculino ocorra junto com a ejaculação, de forma fisiológica os dois fenômenos não são a mesma coisa. O orgasmo é a descarga sexual, após o acúmulo de tensão sexual em forma de intensa sensação de prazer. A ejaculação, por outro lado, é a eliminação do líquido seminal pela uretra.
Após o homem atingir o orgasmo esse líquido sai pela uretra e, com isso, o pênis perde a ereção e volta a ficar flácido.
O que é o orgasmo seco?
Tanto a ejaculação como a urina passam pela uretra. O esfíncter é um músculo que está próximo ao colo da bexiga. Sua função é a de reter a urina até que o corpo esteja pronto para expeli-la.
Durante o orgasmo, esse mesmo músculo entra em ação e se contrai para evitar que a ejaculação entre para a bexiga. Dessa forma, a passagem do sêmen flui pelo canal da uretra, até sair pela glande do pênis. Quando o esfíncter permanece relaxado e não se contrai, isso faz com que o sêmen entre para a bexiga, e assim o homem pode ter o orgasmo seco. Ou seja, sem a presença da ejaculação.
Por que o orgasmo seco acontece?
A maioria das pessoas acredita que ejaculação e orgasmo são sinônimos, mas é um erro pensar dessa maneira. Embora os dois eventos, por padrão, aconteçam juntos, eles não dependem um do outro, e podem inclusive acontecer separadamente. Alguns homens experimentam o orgasmo sem ejacular, principalmente após cirurgias na próstata.
Dr. Valter Muller, chefe do serviço de urologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFHSE), explicou melhor como isso acontece:
“No momento da ejaculação, o sêmen segue o canal da urina (uretra) que comunica a bexiga com o lado de fora do corpo humano. Para que o sêmen encontre seu caminho para o meio externo, é necessário que a bexiga se feche, evitando que o esperma entre nesse órgão. Em cirurgias prostáticas, para viabilizar o tratamento adequado e garantir os melhores resultados, acabamos por interferir nesse mecanismo, já que a próstata fica bem embaixo da bexiga. Assim, após a cirurgia, o sêmen não encontra mais o direcionamento ideal e passa o interior da bexiga no momento da ejaculação, sendo eliminado, posteriormente, na urina”, disse.
Conclui-se então que, nesses casos, o sêmen se direciona para o interior da bexiga e é eliminado junto com a urina, durante a micção. Mesmo essa situação parecendo muito estranha, ela não é prejudicial à saúde do homem.
Como saber se teve um orgasmo sem ejaculação?
Durante o orgasmo, os músculos da pelve e do ânus se contraem, além do indivíduo sentir uma grande descarga de prazer. Se, durante ou após o episódio não houver a eliminação do sêmen, é um caso de orgasmo seco ou ejaculação retrógrada.
Além disso, é comum que a próxima urina após o orgasmo seco seja densa, por causa do líquido seminal ter entrado na bexiga. Como foi dito, esse fenômeno não é prejudicial à saúde. No entanto, para os casais que estão em busca de uma gravidez, o orgasmo seco é um empecilho. Nesses casos, é importante procurar um médico especialista.
Orgasmo seco para o Tantra
O tantra é um conjunto de técnicas que auxilia homens e mulheres para a descoberta e o autoconhecimento sobre o corpo e o prazer. Portanto, ele contribui para que tenhamos acesso à energia sexual e possamos usufruir dela de uma forma mais ampla e satisfatória.
Além disso, o tantra contribui para a conexão entre o casal e tem uma visão do sexo para além das questões reprodutivas e mecânicas. Dessa forma, o orgasmo seco para o tantra é uma oportunidade para o casal descobrir e ter acesso a áreas e sensações ocultas do nosso corpo.
Ademais, se a ejaculação é o fim do ciclo da resposta sexual, em que o homem volta à normalidade e necessita de um tempo para ter uma nova resposta sexual, o orgasmo seco quebra essa lógica de um caminho linear e finito para o sexo.
Assim, é possível pensar em novos caminhos para o prazer, o que possibilita, quem sabe, orgasmos múltiplos também para o homem, além da mulher.
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Fontes: soultantra; moteltarot; yahoo; A Gazeta; Drauzio Varella; Melhor com Saúde
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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- Herrera P., Adela. (2003). SEXUALIDAD EN LA VEJEZ: ¿MITO O REALIDAD?. Revista chilena de obstetricia y ginecología, 68(2), 150-162. https://dx.doi.org/10.4067/S0717-75262003000200011