Quando se fala em sexualidade feminina, o “Ponto G” é a primeira coisa que vem à cabeça. Essa zona erógena fica na parte interna da vagina, acima do canal vaginal, e é de fato muito prazerosa. Mas não é a única! Outro ponto de prazer está sempre em debate. Ele é chamado de “ponto A” ou AFE (Anterior Fórnix Erótico).
De acordo com estudos realizados em corpos femininos, o “ponto A” está localizado no fundo do canal vaginal, no encontro do órgão com o colo do útero. Assim como o ponto G, ele também pode elevar o nível de prazer sentido pela mulher durante o sexo. Confira conosco a seguir mais detalhes sobre o assunto.
O que é o ponto A nas mulheres?
De acordo com a sexóloga Ana Paula Junqueira, “o ponto A é uma área muito irrigada, com vários vasos e nervos. Existem trabalhos científicos, embora poucos, que mostram uma zona erótica de maior prazer no fundo do canal vaginal”.
Para esclarecer um pouco mais: o ponto A é uma pequena dobra no canal vaginal, localizada sempre sob o colo do útero. É por isso que ela dificilmente é estimulada, apesar de ser muito sensível. Quando as mulheres ficam muito excitadas, o útero contrai e sobe, deixando assim o fórnix bem exposto. É aí que a mágica pode acontecer.
De acordo com estudiosos, apesar de muito irrigado, o ponto A ainda é menos sensível que o clitóris, que continua sendo o ponto de maior prazer das mulheres. Mas vale a pena insistir em um estímulo diferente para inovar na hora H.
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Como estimular esse ponto?
Como o ponto A tem uma localização profunda na vagina, poucas mulheres conseguem ter contato com ele. “Muitas relatam dor quando a penetração chega ao fundo do canal, mas muitas outras descobrem ali uma região de prazer”, disse Ana Paula. A profissional ainda orienta que o melhor para descobrir se tem ou não esse prazer, é se conhecer.
“Você precisa testar um toque mais profundo. Isso pode ser com o seu parceiro, um brinquedo ou o toque”, orienta a sexóloga. Para começar a busca, você pode utilizar o dedo ou um vibrador. Basta estimular a região que fica na parte da frente (meio da barriga) do canal, em contato com o útero.
Quando estiver bem excitada, faça massagens por meios de movimentos suaves, passando pela área. Observe com muita atenção como o corpo irá reagir. Se quiser usar o ponto A para ter prazer durante a relação sexual, teste posições com as pernas para cima, como a do exame ginecológico.
Mas é possível alcança-lo se posicionando com os joelhos perto da barriga, já que assim o canal vaginal fica mais curto, permitindo que o pênis entre mais profundamente. Converse com o parceiro para ter cuidado, porque se o pênis bater no colo do útero, pode causar um grande desconforto.
Quais são as controvérsias acerca do ponto A?
O ponto A não é uma zona reconhecida por todos os especialistas. A ginecologista Ana Carolina Ambrogine, do projeto Afrodite da Unifesp, acredita que esse não seja o ponto de maior prazer da vagina. Segundo ela, o ponto A não é mais prazeroso do que os outros da região genital.
“É uma região anatômica, mais não é a mais sensível, não há estudos científicos sobre isso. O que a gente sabe é que a parte posterior da vagina tem menos terminações nervosas, menos sensibilidade”, explicou.
Para Carolina, o foco não deveria estar em encontrar certos pontos dentro da vagina, mas “se concentrar em ter boas fantasias sexuais e a excitação correta”.
Por outro lado, Ana Paula Junqueira defende que, mesmo existindo poucos estudos sobre o ponto A, a relação entre o fórnix e o prazer, os relatos de suas pacientes mostram que sim, essa região é mais sensível do que as demais.
“A vagina é uma parte do corpo humano muito interna e, por isso, ainda muito desconhecida”, afirmou. Mais do que acreditar se realmente existe ou não um ponto de prazer, as mulheres precisam se tocar para conhecer melhor o próprio corpo. Só assim vão saber o que funciona e o que não funciona.
“Muita mulher não se toca e nem se conhece. É uma questão de autodescoberta, de entrar em contato com uma região que tem muita sensibilidade”. Mesmo pensando diferente, a dra. Ana Paula concorda com Carolina que esses pontos não são essenciais para ter prazer.
Fontes: Revista Encontro; Metrópoles; UOL