Masturbação compulsiva: descubra o que é e como controlar

Masturbação compulsiva: descubra o que é e como controlar

Masturbação compulsiva é o ato de se masturbar com muita frequência, além do normal. Embora a masturbação seja uma coisa saudável, quando feita em excesso pode trazer problemas de saúde, bem como sociais. Recentemente, a Classificação Internacional de Doenças reconheceu a masturbação compulsiva como condição alterada de saúde mental.

Pessoas nessas condições perdem totalmente o controle sobre o ato. E isso se torna muito prejudicial em sua vida – indo além da vida sexual. Trouxemos algumas informações sobre o assunto para você entender melhor.

O que é masturbação compulsiva?

A masturbação compulsiva, como o próprio nome sugere, é o ato de se masturbar com muita frequência em um curto espaço de tempo. É motivada pelo intenso desejo de satisfazer a necessidade por meio do prazer sexual. De acordo com  Eduardo Miranda, coordenador do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia e Lucinara Costa, terapeuta, sexóloga e especialista em relacionamentos amorosos, se masturbar é saudável e agradável, mas se tornar o indivíduo dependente da sensação, torna-se um problema. Assim, o afetado transforma a masturbação em um mecanismo para acalmar a ansiedade e garantir uma falta sensação de afastamento dos problemas.

É um distúrbio psicológico capaz de causar séria deterioração da vida social e profissional. Pessoas que sofrem disso podem chegar ao ponto de não interagir socialmente, visto que tudo pode ser um motivo para atrasar a masturbação. Em alguns casos, o indivíduo altera ou interrompe o seu horário de trabalho para satisfazer a necessidade no banheiro.

É muito comum que as pessoas sejam rotuladas como pervertidas ou viciadas em sexo, quando, na verdade, trata-se de um transtorno hipersexual que exige tratamento psicológico. Às vezes, essas pessoas dependem até mesmo de assistência médica para tratar as lesões causadas nos órgãos genitais devido à superestimulação.

Como reconhecer?

Muitas pessoas, principalmente homens, gostariam de saber com que frequência devem se masturbar. Até onde podem ir para que isso não se torne prejudicial. No entanto, é uma tarefa difícil dar uma resposta com números, visto que as pessoas são diferentes entre si.

Tem pessoas que se masturbam até 2 vezes por dia e não apresentam qualquer problema. Enquanto isso, existem outras que se masturbam apenas 1 vez e apresentam consequências negativas. Existem 3 critérios usados para saber se isso virou um problema, então veja:

  • Quando a pessoa sente que não pode ficar um dia sem se masturbar, ou seja, o ato se tornou um vício;
  • Quando sente mais prazer se tocando do que durante a relação sexual. E isso acontece mesmo quando não há problemas com o parceiro ou parceira. Em caso de homens heteros, por exemplo, é quando preferem o próprio toque ao da mulher.
  • Ao começar a apresentar dificuldades sexuais, como para ejacular ou ter ereções menos intensas.
  • A masturbação compulsiva pode estar diretamente ligada à agressividade como uma forma de escapismo, falta de controle emocional ou alívio temporário;
  • Mesmo a masturbação sendo uma forma de relaxamento, quando o ato é compulsivo, pode contribuir para distúrbios do sono. O transtorno interfere nos padrões de sono devido à estimulação excessiva.
  • Pessoas que se masturbam com muita frequência perdem a sensibilidade peniana durante o sexo. Se isso acontecer, o homem precisará de uma estimulação extra, mais intensa, para chegar ao orgasmo durante a relação. Muitos vezes, só vai conseguir se usar as mãos.

Possíveis causas da masturbação compulsiva

As causas exatas desse problema não são claras, mas os profissionais de saúde incluem:

  • Níveis elevados de algumas substâncias químicas naturais do cérebro. São essas: serotonina, dopamina e norepinefrina. São responsáveis por várias sensações, como prazer por exemplo;
  • Alterações em vias cerebrais, que podem causar circuitos neuronais do cérebro, principalmente nos centros de reforço. Quer dizer, o prazer precisa ser cada vez maior;
  • Problemas de saúde que atingem o cérebro, como epilepsia e demência, que costumam causar danos em áreas do cérebro que afetam inclusive o comportamento sexual;
  • Tratamento do mal de Parkinson. Alguns medicamentos utilizados podem causar um comportamento compulsivo de se masturbar.

Consequências da masturbação compulsiva

Pessoas dependentes se masturbam para se acalmar. Portanto, tornam-se dependentes do prazer e o usam para acalmar sentimentos como a ansiedade, por exemplo. Existem algumas consequências, como a falta de intimidade sexual com o parceiro, sentimentos de depressão e ansiedade, disfunção sexual… Há outros ainda mais sérios, como o isolamento social e lesão genital.

Muitas vezes, os dependentes não procuram ajuda profissional por conta de problemas que envolvem depressão e ansiedade. Fora que essas pessoas tem vergonha de admitir o vício. Em outros casos, elas simplesmente conseguem ver o comportamento sexual como a raiz dos demais problemas. E por isso evitam falar sobre o assunto.

Essas pessoas também podem estar sofrendo de hiperssexualidade, e precisam de tratamento psicológico. Assistência médica costuma ser essencial, visto que o pênis ou a vulva podem ser comprometidos diante de tanta estimulação.

Como controlar?

Embora seja necessário um tratamento profissional, existem algumas coisas que podem ser feitas.

  • Evite situações que provocam a masturbação em excesso. Como solidão, ou estresse;
  • Coloque em prática algumas técnicas que ajudem a combater o estresse. Métodos diferentes de respiração e outros exercícios para reduzir ansiedade podem ajudar;
  • Dedique-se a atividades de lazer, de preferência acompanhado de outras pessoas. Portanto, opte pelo futebol no parque, uma rotina de malhação e coisas do tipo.

Embora algumas técnicas ajudem, ressaltamos que o profissional é essencial para isso. Então, se você perceber que está ficando intensa sua situação, agende uma consulta. Além de detectar os problemas base, ainda auxiliam em possíveis recaídas.

Existe algum risco para a saúde?

A masturbação excessiva não causa doenças como infertilidade ou doenças hormonais. Também não oferece risco de câncer. No entanto, é importante tratar a condição, pois ela pode ter consequências com a sexualidade e, portanto, consequências para a vida pessoal. Essa condição afeta o relacionamento e a qualidade de vida. Então, não podemos descartar os danos causados.

Referências Bibliográficas

ABCMED, 2022. Masturbação compulsiva. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/1428600/masturbacao+compulsiva.htm>. Acesso em: 11 jan. 2023.

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