O clitóris é uma das partes mais sensíveis do corpo feminino, desempenhando um papel central na experiência de prazer e nos orgasmos mais intensos. No entanto, é importante estar atento aos cuidados com o corpo, pois algumas decisões podem impactar diretamente essa região. Por exemplo, o uso de anabolizantes, comum entre pessoas que buscam manter ou aumentar o físico, pode levar à hipertrofia do clitóris.
Esse aumento, entretanto, não está relacionado apenas ao uso de anabolizantes. Outras condições também podem provocar alterações no clitóris, o que pode interferir na forma como o prazer é percebido. Entenda mais sobre essa condição e os cuidados necessários.
O que é a hipertrofia de clitóris?
A clitomegalia, ou aumento excessivo do clitóris, é uma condição que pode gerar grande desconforto físico e psicológico em mulheres, impactando não apenas a vida íntima, mas também aspectos cotidianos.
Segundo o cirurgião plástico Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), “além do desconforto físico, como irritação e dor durante atividades diárias, as mulheres com hipertrofia clitoriana relatam vergonha devido às alterações na aparência da genitália.”
Essa hipertrofia, por se tratar de uma área altamente sensível, pode trazer incômodos significativos. A exposição excessiva do clitóris pode causar desconforto durante a relação sexual, constrangimento em situações sociais e limitações no uso de roupas mais justas, como biquínis e calças jeans, devido ao volume visível.
Apesar dos desafios, a condição pode ser tratada por meio de cirurgia plástica, oferecendo alívio e melhora na qualidade de vida. É essencial consultar um profissional qualificado para avaliar o caso e orientar sobre as opções de tratamento mais adequadas.
O que pode causar a hipertrofia do clitóris?
Além do uso de anabolizantes, a hipertrofia de clitóris pode ter outras causas, como alterações genéticas detectáveis desde o nascimento, alta produção de hormônios masculinos, exposição a hormônios durante o período de gestação, hiperplasia da glândula suprarrenal, tumores que causam o aumento da produção de hormônios masculinos, síndrome dos ovários policísticos em casos extremos ou, como em muitos casos, ocorrer sem qualquer fator definido.
Com busca intensa de um corpo perfeito, a maioria dos casos acontece por causa das drogas androgênicas frequentes, uma vez que as mulheres desconhecem os efeitos colaterais. Essas drogas derivadas de hormônios masculinos aumenta a disposição e trazem boa definição para o corpo. Há, inclusive, o aparecimento de outros efeitos colaterais, como surgimento de acnes, pele oleosa, engrossamento da voz e a hipertrofia de clitóris de forma irreversível.
Como é o tratamento para a hipertrofia de clitóris?
A clitoroplastia é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo diminuir o tamanho do órgão e pode ser indicada por profissionais, proporcionando alívio dos sintomas e retomando a autoestima e qualidade de vida da paciente.
“Uma das tecnologias disponíveis para a cirurgia de redução do clitóris é o laser, que apresenta várias vantagens em relação às técnicas tradicionais, incluindo maior precisão, menor risco de sangramento e recuperação pós-operatória mais rápida e confortável”, explicou Fernando Amato.
Essa cirurgia realizada a laser permite incisões precisas, o que minimiza danos aos tecidos e preserva a sensibilidade do clitóris. O laser proporciona ainda uma recuperação menos dolorosa e mais rápida. Mas, além dessa opção, existem outros procedimentos indicados.
1. Clitorotomia
Na clitorotomia existe a ressecção do tecido da região clitoriana, mais conhecido como corpo cavernoso, que é a estrutura que dá projeção e volume do órgão, preservando somente a área sensitiva. Esse tipo de cirurgia é indicado para tratar o problema quando outras opções não são eficazes.
Durante o pós-operatório da região íntima, é normal que haja inchaço e desconforto, que poderão ser tratados com medicamentos prescritos pelo especialista que fez o procedimento. Esse período de recuperação é individual e inclui repouso e limitação de atividades físicas por semanas.
2. Clitoropexia
A cirurgia que ajusta a posição do órgão genital sem remover partes dele, fixando-o em tecidos profundos, pode deixa-lo mais escondido. De acordo com Fernando Amato, este procedimento pode ser mais indicado às mulheres que buscam melhorias estéticas ou correção de exposição excessiva. “O principal objetivo é preservar a funcionalidade e sensibilidade da área, enquanto se melhora a estética e o conforto da paciente”, comentou.
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Fontes: Delas; Instituto Gris; Kruse