Erotomania: você já ouviu falar nesse transtorno?

Erotomania: você já ouviu falar nesse transtorno?

Erotomania, ou síndrome de Clérambault, é um transtorno bastante complexo. O indivíduo que sofre dessa condição tem certeza absoluta de que uma pessoa está apaixonada por ela. No entanto, o “alvo” é sempre alguém com poder ou com o status social superior. Um ídolo, por exemplo, seja ele cantor, ator ou qualquer celebridade, pode estar envolvido nessa história.

E não é muito difícil reconhecer os sinais da erotomania. A pessoa simplesmente alimenta uma realidade que não existe. Ela acredita que tal personalidade está deixando indícios de amor na mídia, no ar. No entanto, só quem sofre consegue enxergar as coisas desse jeito.

Como é um assunto um tanto quanto delicado, decidimos trazer detalhes mais profundos. Portanto, continue com a gente!

O que é erotomania?

De acordo com estudos clínicos, é mais comum encontrar uma mulher erotomaníaca do que um homem. O transtorno faz com que o paciente acredite fielmente que é amado por outro indivíduo. No entanto, geralmente é alguma celebridade ou pessoa de classe social ou profissional mais elevada.

Ao começar a sofrer com os delírios, o paciente vive em prol de escapar de quem supostamente o ama. Mas se vê incapaz de tal coisa. Geralmente esses sintomas duram algumas semanas ou meses. Depois disso, o paciente começa a se iludir com outra pessoa.

Entretanto, existem relatos científicos de casos que ultrapassaram os limites. Segundo dados, há pessoas que sofrem com o transtorno há mais de 25 anos. Essa condição pode trazer consequências devastadoras.

O diagnóstico, no entanto, é complexo. As alucinações têm grande impacto em todos os campos da vida do paciente. São ilusões de perseguição, ciúmes, megalomania e até grandeza. Sendo assim, muitos profissionais falam em esquizofrenia paranoide.

Quais são as causas e sintomas dessa condição?

As causas concretas da erotomania ainda não foram levantadas completamente. São diversos fatores de origem psicogenética no indivíduo que influenciam a condição. De acordo com diversos estudiosos, isso é uma reação anormal da personalidade ou, de certa forma, uma parte secundária de quadros psicóticos.

Portanto, a condição pode ser sequela de algum tipo de psicose anterior. Traumas na cabeça ou alterações mentais também colaboram para isso. A esquizofrenia, por exemplo, pode ser um dos fatores. Assim como traumatismo cranioencefálico, Alzheimer, convulsões, hemorragia interna e outros.

A condição é incomum no dia a dia, mas é fácil reconhecer os sinais. Os sintomas exagerados e alucinados chamam a atenção das pessoas. Os mais comuns são:

  • Acreditar que o alvo da sua paixão está constantemente lhe deixando pistas;
  • Idolatrar de forma absurda uma pessoa famosa em específico;
  • Sofrer ao notar que a outra pessoa consegue viver bem sem ela.

Fases

A erotomania segue um caminho, ou seja, é um processo com várias fases. Inclusive, essas fases ajudam os profissionais, que assim podem compreender o grau de gravidade do paciente.

– Esperança

Essa fase dá início a tudo. Sendo assim, a pessoa acredita que é amada por alguém. O que vira uma crença inabalável. A fantasia é, de fato, convincente para ela.

– Despeito

Essa fase é perigosa, visto que envolve diversas emoções entre o doente e a pessoa que supostamente o ama. Desse modo, o paciente começa a nutrir sentimentos de conciliação e vingança. E só faz isso porque acredita que o seu orgulho está ferido, uma vez que o outro não corresponde aos seus sentimentos.

– Rancor

O fim pode ser devastador. O ódio pela pessoa desejada aparece e pode ganhar proporções inimagináveis. Assim, quem sofre do transtorno começa a fazer falsas acusações, podendo até ameaçar vingança. Mas o oposto também pode acontecer. Ele pode se sentir ameaçado e perseguido a ponto de fazer loucuras para se proteger.

Tratamento da erotomania

A princípio, o tratamento exige o uso de antipsicóticos. O medicamento ajuda a diminuir a intensidade do delírio e controlar as ideias interligadas. Porém, se mostram ainda mais viáveis para controlar o comportamento do paciente, dando a ele a chance de se inserir novamente na sociedade.

De acordo com profissionais, a terapia psicológica e psicoterapia individual não são tão eficazes nesse caso. Mas as terapias de suporte que envolvem a família e intervenção ambientais são muito proveitosas. Geralmente é recomendado o afastamento dele com o objeto do seu desejo amoroso.

Já nos casos mais graves, a doença pode incapacitar o paciente, tornando ele dependente de acompanhamento contínuo. Alguns casos são tão intensos que exigem a internação integral, visto que o indivíduo pode tomar decisões perigosas.

Fontes: Infoescola; Omens; Psicanálise Clínica

Referências

BEAUCHESNE, H. História da psicopatologia, São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 28.

MOREL, A. B. Traité des maladies mentales, Paris: Editora???,1860.

Freud, S. (1915) “Um caso de paranóia que contraria a teoria psicanalítica da doença”, in: Op. Cit., vol. XIV.

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