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Quem são os “emocionados” nos relacionamentos?
Pessoas que expressam sentimentos de maneira rápida e intensa nas redes sociais, costumam ser chamadas de “emocionadas”. E isso é visto como algo ruim pela sociedade. Mas os especialistas dizem o contrário: esse comportamento é um contraponto à cultura do desapego e da fluidez das relações do mundo digital.
Os emocionados tendem a prevalecer em suas relações por um período maior, principalmente em tempos marcados pela falta de atenção e desinteresse. De acordo com a psicóloga Lígia Baruch, o termo “emocionado” é uma gíria que carrega um tom pejorativo, uma vez que a palavra foi deslocada do seu uso habitual e inserida no contexto digital, onde as interações com o outro são superficiais.
Rafael Yamamoto, comunicólogo de 32 anos diz que faz parte do grupo de emocionados. No relacionamento, demonstra interesse sem medo e diz que observa as pessoas ao seu redor. A maioria reprime suas emoções, temendo se machucar. Mas, para ele há uma falta de perspectiva entre os homens que o cerca.
Eles falham em atender às expectativas dos relacionamentos heterossexuais, que são moldadas pela cultura do ideal de masculinidade. De acordo com a neuropsicóloga Priscila Ximenes, especializada em terapia cognitivo-comportamental pelo Child Behavior Institute os Miami, a sociedade incentivou os homens a esconderem seus sentimentos, com o estereótipo de quem não podem chorar, “o que cria uma dificuldade adicional para que expressem sensibilidade sem enfrentar estigmas”.
Quais são as características do “emocionados”?
1. Muitos elogios
Normalmente, as pessoas que são taxadas como emocionadas fazem muitos elogios. Elas não se seguram na hora de demonstrar o carinho e admiração pela parceria. É mais fácil notar nos homens, uma vez que a sociedade os incentiva a serem mais fechados. Logo, se há elogios constantes, são chamados de emocionados.
2. Dá muita atenção
É comum encontrar pessoas que mantém-se mais afastadas para mostrar o desapego. No entanto, isso é diferente com os emocionados. Eles dão muita atenção à parceria, sem medo ou receio. Estão sempre cercando, oferecendo algum serviço para parecer útil e ajudar no que preciso for.
3. Cria formas divertidas de chamar a atenção
De certo modo, é bom estar com uma pessoa emocionada, que não tem medo de demonstrar o seu carinho e afeto e, por cima, fazem de tudo para chamar a atenção da melhor forma. Essa é uma característica única deles. Tendem a fazer brincadeiras para ver a parceria bem, chamando a atenção de qualquer forma ao mesmo tempo em que faz muito bem ao próximo.
4. Ele prioriza o tempo com a parceria
Os emocionados tendem a priorizar o tempo que podem passar com a parceria, deixando de lado qualquer outro compromisso que não seja crucial. Os momentos juntos são bons, uma vez que eles fazem o que podem para deixar tudo da melhor forma.
5. Sente ciúmes
Assim como o amor e as demonstrações do mesmo são exageradas, o ciúmes também. Pessoas emocionadas têm medo de perder a parceria, logo, estão sempre atentos aos pequenos detalhes e tentam afastar qualquer coisa que possa apresentar perigo.
6. Sempre presenteia a pessoa amada
Como foi dito, eles tendem a chamar a atenção da melhor e mais positiva forma. Logo, estão sempre presenteando a parceria, buscando formas de agradar e deixa-la feliz.
Como lidar com os emocionados?
“Partindo do princípio de que são apenas intensas, lidar com essas pessoas pode ser desafiador, uma vez que tudo para elas é e será mais extremo. Uma vez que a plenitude do relacionamento não é alcançada, pode haver uma grande decepção frente à expectativa que foi criada”, aponta o psicanalista Leonardo Moraes.
Isso aconteceu com um motorista de aplicativo que não foi identificado. Aos 18 anos, ele conheceu uma mulher pela internet. Ele disse que “foi com muita sede ao pote” e se apaixonou antes mesmo de a ver pessoalmente. Em menos de duas semanas de conversa, os dois começaram a namorar virtualmente. Ele relata que criou muitas expectativas, principalmente por conta da atenção que ganhava de sua parceira.
“Passávamos horas conversando, fizemos planos para o futuro, então, era inevitável não sentir nada por ela”, disse. “Certo dia, ela disse que eu tinha entendido tudo errado, que não queria um relacionamento comigo e, então, terminamos o nosso ‘namoro’. Me decepcionei muito”.
De acordo com Leonardo, para não cair nessas ciladas, é preciso “tentar controlar as expectativas criadas, regular as emoções desse relacionamento e dar senso de realidade às diferentes situações”.
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Fontes: ND Mais; Folha; O Tempo; Terra; Fospa belém; Gaucha ZH