Sentir dor no clitóris não é normal. É preciso ficar sempre atenta quando isso acontecer, visto que pode ser algum tipo de inflamação, trauma ou alergia. Mas calma! Tem algumas coisas que você pode fazer quando sentir qualquer incômodo na região. No entanto, o mais indicado é buscar ajuda profissional, pois somente o médico poderá receitar métodos de tratamento.
Mas qual costuma ser a causa da dor no clitóris? Listamos algumas delas para que você fique atenta.
O que pode causar dor no clitóris?
1. Alergias e uso de produtos químicos na região
Reações alérgicas podem causar ardência no clitóris, além de deixá-lo dolorido. Geralmente toda a vulva fica comprometida, mas o clitóris, justamente por ser mais sensível, se destaca. Além da dor intensa, a mulher ainda sofre com coceira, vermelhidão e ardência no órgão.
O uso de produtos, como sabonetes, costuma ser o principal causador de alergias. Alguns tipos de papel higiênico ou desodorantes também estão na lista. Em todos os casos, a principal recomendação é procurar ajuda profissional. O ginecologista vai poder indicar um tratamento, seja a base de remédios ou não.
2. Relação sexual intensa
Cuidado com as relações sexuais muito intensas, com movimentos de vai e vem acelerados! Durante a transa, pode até ser muito bom, já que os ânimos estarão aflorados nesse momento. Mas passado o fogo, a relação intensa pode deixar dores fortes, porque sempre há o risco de machucar o clitóris. Quando há excitação, a circulação sanguínea aumenta na vulva, fazendo com o clitóris fique inchado e sensível.
Desta forma, os toques ficam mais intensos e é mais fácil machuca-lo. Por isso é preciso muita atenção. O mesmo pode acontecer em uma masturbação muito intensa, pois o átrio também pode ser muito grande, seja utilizando as mãos ou algum sex toy. Outra coisa que pode machucar é a falta de lubrificação adequada. Com o clitóris inchado e sensível, não pode haver secura. Se não houver a lubrificação natural adequada, aposte em lubrificantes neutros a base de água.
3. Vulvodínia
De acordo com profissionais da saúde, a vulvodínia é uma condição de dor crônica intensa na vulva. Normalmente vem acompanhada de queimação, mas não costuma inchar. Por esse motivo, num primeiro momento, não parece ter alguma causa clara. Para estudiosos, essa disfunção pode ser causada por diferentes fatores, como disfunções no desenvolvimento do embrião. Isso faz com que amente o oxalado de cálcio no xixi, mudanças hormonais diversas e até neuropatia, ou seja, alguma disfunção nos nervos.
Profissionais destacam que essa condição surge a partir de infecções e isso é importante, uma vez que facilita o diagnóstico. Pesquisas indicam que, quando não tratada adequadamente, essa infecção pode se espalhar por toda a vulva, provocando dores espontâneas e aleatórias.
Conforme mostra a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a vulvodínia dura em média três meses e só pode ser identificada após excluir outras vezes. Isso pode levar anos e exigir uma equipe multidisciplinar pro diagnóstico certo e definição do tratamento.
A instituição indica ainda, com base nos estudos científicos, alguns cuidados básicos para tratar a condição, como: uso de lingeries de algodão, produtos neutros para a higienização da região íntima e lubrificante a base de água.
4. Inflamação no clitóris ou na vulva
A inflamação geralmente é a maior causa de dor no clitóris e pode ser reflexo de uma infecção mais geral na região genital. A herpes é somente um exemplo que, se não for cuidada como deve, pode se estender por toda a vulva, incluindo o clitóris.
A dor vem acompanhada de muita sensibilidade e inchaço no órgão, aumentando assim o desconforto no dia a dia. De acordo com sexólogos, um dos motivos para essa inflamação é a uso de alguns tipos de roupas. Lingeries de tecidos sintéticos são as mais problemáticas. Sendo assim, a maior recomendação é usar roupas feitas em algodão, principalmente calcinhas. Evite também roupas muito justas que gerem atrito com a vulva.
5. Candidíase
De acordo com profissionais da saúde, 3 em cada 4 mulheres terão algum episódio de candidíase durante a vida. Inclusive podem sofrer isso mais de uma vez. Isso porque a candidíase é causada por um fungo.
Esse mesmo fungo faz parte da flora vaginal, e pode ser encontrado no organismo, mas geralmente em pequenas quantidades. No entanto, se esse organismo está debilitado, seja por estresse ou baixa imunidade, os fungos tendem a se multiplicar, causando assim a infecção.
Por ser úmida e quente, a região íntima se torna o ambiente perfeito para a proliferação do fungo da candidíase.
Como tratar a dor no clitóris?
Como foi apresentado, existem várias coisas que causam a dor no clitóris. Então os cuidados devem ser múltiplos para evitar esse desconforto. Confira a seguir como tratar a dor no clitóris:
1. Higienização certa
A higienização é importante não somente após uma relação sexual, mas no dia a dia. Por se tratar de uma região muito sensível, é preciso ter cuidado para não causar danos. Faça movimentos suaves e sem usar as unhas. Assim não vai arranhar ou ferir a pele. Logo, não sofrerá danos se fizer da forma certa.
2. Lubrificante sempre
O lubrificante é o melhor amigo das mulheres! Faça do produto durante as relações ou na hora de se masturbar. O clitóris é muito delicado e precisa de toques delicados e um bom deslizamento, seja no pênis ou nos dedos. Sempre que for buscar por prazer, tenha o produto ao lado.
3. Não use roupar apertadas
O clitóris precisa de espaço e respiração! A dica é: não sue roupas apertadas que pressionem o órgão por muito tempo. Isso pode deixa-lo dolorido, gerando um grande desconforto.
4. Atente-se ao pH dos produtos
Muitas mulheres ignoram isso, mas é preciso se atentar ao pH dos produtos. Use somente os que sejam hipoalergênicos e têm o pH adequado para a vulva.
Além de seguir essas dicas que são essenciais para a saúde do clitóris, não se esqueça de manter a visita ao ginecologista em dia, assim se previne qualquer problema, desde os menores até os mais complexos.
Fontes: UOL; Só Delas; Intimus; Dona Coelha; Gino Canesten
Referências Bibliográficas:
CARÁ, V. M.; MAZZOCCHI, L.; MARQUES, F. Z. C. Manejo da dor vulvar – Vulvodínia. 2018. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879721/manejo-da-dor-vulvar-vulvodinia-valentina-metsavaht-carau.pdf>. Acesso em 11 ago. 2022.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Vulvodínea: atualidades. Disponível em: <https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/763-vulvodinea-atualidades>. Acesso em 11 ago. 2022.