câncer e vida sexual

Como o câncer pode afetar a vida sexual da pessoa?

A descoberta de um câncer é impactante e pode afetar tanto o físico quanto o emocional do paciente. Diversos procedimentos são realizados para combater a doença, como radioterapia, cirurgia, quimioterapia, terapia hormonal e o uso de medicamentos O câncer e a vida sexual estão intrinsecamente relacionados devido às mudanças provocadas por esses tratamentos.

A libido pode ser seriamente comprometida, não se limitando apenas aos tipos de cânceres que afetam as regiões genitais. Os próprios procedimentos terapêuticos podem provocar alterações na saúde de forma geral, impactando a imagem corporal do paciente e resultando em efeitos adversos como depressão, ansiedade, fadiga e perda da libido.

A seguir, apresentaremos mais detalhes sobre essa interligação e seus desdobramentos.

A pessoa com câncer pode ter relação sexual?

Muitas pessoas têm dúvidas sobre se uma pessoa com câncer pode manter relações sexuais. A resposta para essa pergunta é sim! Quem está enfrentando o câncer não enfrenta problemas significativos nesse aspecto, embora possam haver algumas limitações. Geralmente, a vida sexual é afetada devido aos tratamentos.

Quando o diagnóstico de câncer é estabelecido, os profissionais de saúde fornecem orientações para que os pacientes possam manter uma vida sexual ativa. Durante o tratamento, a autoestima é impactada, especialmente devido às alterações corporais que ocorrem. Os pacientes podem enfrentar questões como perda de peso e queda de cabelo.

Recomenda-se o esforço para manter a vida sexual ativa, pois isso pode contribuir significativamente para o resgate da autoestima. A falta de libido durante o tratamento do câncer pode ser atribuída a fatores tanto psicológicos quanto físicos. Em muitos casos, a dimensão sexual perde relevância e acaba sendo negligenciada.

A fadiga e a depressão podem prevalecer durante o tratamento, criando um cenário desfavorável para as relações sexuais. Além disso, como mencionado anteriormente, os efeitos da radioterapia ou quimioterapia podem influenciar negativamente. Em termos gerais, é possível para o paciente com câncer manter uma vida sexual ativa se assim desejar!

Como o tratamento de câncer pode afetar a vida sexual?

– Do homem

Os procedimentos médicos destinados ao tratamento do câncer exercem um impacto direto na vida sexual tanto de homens quanto de mulheres. A quimioterapia, por exemplo, interfere no equilíbrio hormonal, resultando em uma considerável redução dos níveis hormonais.

Esta condição pode levar à impotência masculina, dificultando a obtenção de uma ereção adequada, uma vez que também afeta a circulação sanguínea no pênis. Além disso, pode acarretar:

  • Falta de libido;
  • Depressão;
  • Cansaço.

A impotência sexual pode provocar sérios problemas de autoestima no homem, como se sua virilidade fosse completamente retirada. Nestes casos, a ausência de acompanhamento psicológico pode permitir que essa sensação evolua para um quadro clínico depressivo.

– Da mulher

Nas mulheres, a quimioterapia afeta diretamente os ovários, gerando um desequilíbrio hormonal que pode causar a menopausa precoce. A vida sexual é afetada uma vez que esse desalinhamento dos hormônios gera consequências como:

  • Coceira vaginal;
  • Muito calor;
  • Possível infertilidade;
  • Estresse e depressão;
  • Cansaço;
  • Dor durante a penetração;
  • Falta de lubrificação natural.

Com a diminuição da lubrificação natural, há também uma grande alteração nos tecidos da região. Sendo assim, as mulheres sentem dor na hora da penetração. Esse sentimento pode se intensificar com o tempo, resultando no vaginismo, que exige um tratamento especial para relaxar os músculos vaginais.

Como manter a vida sexual durante o tratamento de câncer?

Antes de tudo, é fundamental contar com o apoio do parceiro. O momento é delicado, e a pessoa com quem o paciente se relaciona deve compreender que existem limitações. A situação demanda um pouco mais de dedicação para que tudo ocorra conforme o esperado.

Com o tempo e a estimulação, é possível aprender a lidar com a situação. O paciente compreende quais estratégias utilizar para aumentar o apetite sexual e tornar a experiência mais prazerosa. É fundamental criar um ambiente de relaxamento, dissipando toda a tensão e pressão associadas ao ato sexual.

No caso de mulheres com câncer, é recomendável deixar de lado a pressão para atingir o orgasmo a cada vez, uma vez que não é tão simples como antes. Isso evita frustrações e nervosismo. Profissionais de saúde enfatizam que o foco deve ser na jornada sexual. Se tudo for conduzido com tranquilidade, o orgasmo se torna uma realidade mais facilmente.

É essencial relaxar e encarar a situação como uma fonte de diversão para o casal, um prazer a ser compartilhado. As preliminares tornam-se ainda mais importantes do que antes. Com a libido mais baixa, é necessário um estímulo mais intenso para que ambos possam sentir prazer.

Mulheres com problemas de lubrificação podem recorrer a lubrificantes para auxiliar. As opções mais recomendadas são os produtos à base de água, visando evitar qualquer problema.

Quais cuidados devem ser tomados durante a relação sexual?

Os métodos contraceptivos devem ser utilizados durante as relações! Muitos pacientes abandonam por completo durante o tratamento. Até mesmo quem já é casado ou possui um relacionamento estável. Não é razoável que aconteça uma gravidez indesejada durante o tratamento de câncer. No entanto, isso pode sim acontecer!

Logo, o feto e a própria mãe correm risco, caso aconteça. Além disso, os tratamentos mais utilizados contra o câncer abaixam a imunidade dos pacientes. Assim eles ficam mais vulneráveis a qualquer tipo de doença, incluindo as que são transmitidas pelo sexo.

Fontes: Oncologica do Brasil; Uro Cirurgia; Clínica Soma; Hospital Sírio Libanês;

Referências Bibliográficas

Araújo, I. M. A., & Fernandes, A. F. C. (2008). O significado do diagnóstico do câncer de mama para a mulher. Escola Anna Nery, 12(4), 664-671.

Avis, N. E., Crawford, S., & Manuel, J. (2004). Psychosocial problems among younger women with breast cancer. Psycho-Oncology, 13(5), 295-308.

Recomendados para você

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *