disfunção sexual feminina

Disfunção sexual feminina: a impotência também afeta mulheres

A disfunção sexual feminina é uma realidade entre muitas mulheres. Estudos apontam que quatro entre dez mulheres sofrem da falta ou dificuldade de chegar ao orgasmo, além de dor sexual. O mais preocupante é que a maioria delas sequer sabe que sofre do problema, muito menos que há tratamento para isso.

Os sintomas são preocupantes, porém reversíveis. Envolvem a perda de desejo sexual, dor durante as relações sexuais, incapacidade de atingir o orgasmo e vários outros. Não há necessariamente uma régua que possa medir o que e quando o problema surge.

Pensando um pouco mais sobre a disfunção sexual feminina, decidimos trazer uma matéria completa para você. Então confira conosco a seguir.

O que é e como identificar a disfunção sexual feminina?

Geralmente começa com o baixo desejo sexual. Esse é um dos “sintomas” principais da disfunção sexual feminina. E parece algo simples de identificar, né? No entanto, muitas mulheres acreditam que isso é normal. E sofrem sem procurar por ajuda ou sequer entender o que está acontecendo.

Tempo, frequência e nível de sofrimento ou de dificuldade também são sinais importantes no diagnóstico do problema. Vale ressaltar ainda que cada mulher tem um tempo certo para identificar os sintomas. O que uma sente não é o mesmo que todas irão sentir. Não existe uma regra. Uma dor pode aparecer em uma mulher com menos tempo do que em outra, por exemplo.

O primeiro passo para lidar com a disfunção sexual feminina, portanto, é identificar as causas. Posteriormente, um profissional irá definir como será tratada, num processo envolvendo médicos, psicólogos e fisioterapeutas.

No entanto, segundo Andreia Chaves Cerejo, Interna Complementar em seu segundo ano de Medicina Geral e Familiar, em um artigo científico publicado na RPMGF (Revista Portuguesa de medicina geral e Familiar), “apenas 11% a 30% das mulheres procuram ajuda profissional e 68% revelam-se satisfeitas com o seu relacionamento sexual global”.

A disfunção sexual feminina é marcada pelo distúrbio de:

  • Desejo (transtorno do desejo sexual hipoativo);
  • Excitação (disfunção da excitação sexual feminina);
  • Orgasmo (disfunção do orgasmo feminino)
  • Dor (disfunção da dor genito-pélvica-feminina).

Quais são os transtornos mais comuns?

1. Disfunção da excitação sexual feminina

Em resumo, excitação sexual é a sensação de prazer no sexo. Esse é sentida principalmente na vulva ou vagina. Então, quando acontece, há um aumento de sangue na região genitália. Isso faz com que o local “inche” e lubrifique a vagina.

Quando a disfunção sexual é uma realidade, a mulher têm dificuldades em lubrificar-se naturalmente, bem como se excitar. Pode também perder o apetite sexual. Sendo assim, nem mesmo estimulação erótica ajuda nesses momentos.

As principais causas desse problema são um tanto polêmicas. Pode ser a sexualidade da própria, influenciada por questões religiosas, educacionais, sociais e psicológicas, como por exemplo traumas ou abusos.

2. Disfunção do orgasmo feminino

O orgasmo feminino costuma levar várias contrações no órgão sexual da mulher. Esse é repleto de terminações nervosas. O clitóris, por exemplo, tem mais de 8 mil terminações nervosas. Comparado ao órgão masculino, tem o dobro! A disfunção sexual, então, resulta na dificuldade ou incapacidade de se chegar ao orgasmo mesmo com estímulo sexual.

Quando essa é a realidade, o profissional de saúde precisará identificar o que causa o problema. E só depois vai de fato tratar. Algo comum nisso tudo é que algumas mulheres podem nunca ter tido ou sequer aprendido a ter um orgasmo na vida.

“Quando a gente pensa nas causas das disfunções sexuais femininas, a gente precisa pensar que a ciência ainda não chegou a uma única etiologia, a um único motivo”. Essas foram palavras da psicóloga e especialista em Sexualidade Humana pela FMUSP, Fernanda Bonato, em uma entrevista à BBC News Brasil.

Ainda de acordo com a profissional, o problema se agrava por vários motivos. Um deles é a falta de ensinamentos sexuais, seja no âmbito familiar, escolar ou entre amigos. É ensinado às mulheres apenas que não devem transar com qualquer um, não engravidar e coisas do tipo. Mas não é ensinado sobre o seu próprio corpo e as formas corretas de ter prazer e como ter.

3. Transtorno do desejo sexual hipoativo

Desejo sexual é basicamente a vontade de fazer sexo! Então, diante disso, podemos dizer que existem dois tipos de desejo: o espontâneo e responsivo.

O espontâneo costuma aflorar com estímulo visual, olhando uma pessoa, por exemplo. Enquanto isso, o responsivo parte de um estímulo mais intenso, como um contato físico ou conversa. Os profissionais consideram a disfunção sexual feminina quando a mulher perde parte ou totalmente o desejo responsivo.

Para chegar a um diagnóstico, a mulher precisa perceber uma redução do desejo sexual. Esse prazo precisa então ser notado por pelo menos seis meses, período onde ela considere isso um sofrimento. Não há um tratamento preciso para essa condição.

Isso porque ele depende totalmente de causar, como efeito de medicamentos, problemas de saúde mental e hipotireoidismo. As razões podem variar entre as mulheres, então os profissionais dependem da avaliação de forma singular.

No entanto, existem dois medicamentos que podem ser utilizados no tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo. Mas é preciso passar pelo profissional. E somente um deles, a Flibanserina, é aprovado para comercialização no Brasil pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Esse medicamento foi pensado inicialmente como antidepressivo. Embora seja para o tratamento específico, existem algumas restrições. Então, ele não pode ser usado por grávidas ou lactantes, além de poder causar náuseas, sonolência, tontura e mal estar.

4. Disfunção da dor genito-pélvica-feminina

Isso acontece quando a mulher sente dor durante as relações sexuais. Consiste, então, na incapacidade ou dificuldade de realizar a penetração. São três categorias dessa disfunção sexual feminina: vaginismo, dispareunia e vulvodínia.

Dessa forma, o vaginismo envolve espasmos musculares e contrações involuntárias. Isso causa desconforto e dor, incapacitando as relações sexuais. Indo além, o vaginismo pode até mesmo impedir o uso de absorventes internos. Os tratamentos envolvem o uso de gel, hormônios e até mesmo botox nos músculos.

A dispaurenia é a dor na região genital durante o sexo. Pode ser superficial ou profunda. A primeira costuma ser sentida ao iniciar ou durante a penetração vaginal, ou seja, conforme o pênis vai se movimentando. Já a dispaurenia profunda, no entanto, é quando a penetração vai um pouco além e toca o colo do útero.

A vulvodínia é a dor crônica na região da abertura da vagina. Essa pode durar pelo menos 3 meses. O problema não é causado por infecção ou qualquer condição na pele da região. Estudiosos acreditam que, dentre as causas, destacam-se reações nervosas e doenças autoimunes. Essa condição precisa de estudos para ser melhor compreendida.

Para lidar com as disfunções de dor, existem alguns tratamentos até então não farmacológicos. A massagem perineal é um exemplo. Destaque também para a liberação miofascial, treinamento muscular, dilatadores vaginais, eletroestimulação e radiofrequência.

Possíveis causas da disfunção sexual feminina

As causas da disfunção sexual feminina podem ser diversas. Incluindo, então:

Problemas de relacionamento

Diversas mulheres que estão insatisfeitas com o parceiro ou parceira podem ficar entediadas na hora H. Isso, quando combinado com tensões do relacionamento, podem resultar na disfunção sexual feminina.

Abuso físico anterior

Abuso ou trauma pode ser o motivo da disfunção. Portanto, é preciso identificar se isso está causando ansiedade ou medo da intimidade.

Estresse

Não é novidade que o estresse só traz malefícios à saúde como um todo. Então, atente-se ao estresse em casa ou trabalho. Isso pode dificultar a concentração na hora do sexo e reduzir o desejo sexual.

Distúrbios do fluxo sanguíneo

Pesquisas mostram que distúrbios sanguíneos impedem o fluxo de sangue para o sistema reprodutor feminino. Então a vagina, clitóris e lábios, que precisam do aumento de fluxo do sangue para se excitarem, acabam sofrendo.

Determinados medicamentos

Alguns medicamentos podem afetar a função sexual. Antidepressivos, por exemplo, podem reduzir o desejo por sexo ou a capacidade de ter um orgasmo. Quimioterapia e outros tratamentos contra o câncer também são capazes de afetar os níveis hormonais.

Alterações hormonais

Desequilíbrio hormonal pode causar secura ou atrofia vaginal. Dessa forma, o sexo se torna doloroso. Menopausa, cirurgia e gravidez são exemplos que afetam os níveis dos hormônios.

Depressão

A depressão também causa falta de interesse sexual. A baixa autoestima e sensação de desesperança contribuem para a disfunção sexual feminina. Então, é preciso atentar-se a pequenos detalhes sobre sua condição psicológica.

Principais sintomas da disfunção sexual feminina

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Dor na relação sexual;
  • Falta de libido;
  • Dificuldade de lubrificação
  • Ausência de lubrificação;
  • Vaginismo;
  • Dificuldade de chegar ao orgasmo;
  • Ausência total do orgasmo;
  • Sangramento após a relação sexual.

Tratamentos para a disfunção sexual feminina

A disfunção sexual feminina é um problema amplo, multifatorial. Portanto, as diversas causas precisam ser abordadas no respectivo tratamento. O tratamento com uso de medicamentos é indicado quando há alguma causa física secundária, como depressão, diabetes, menopausa e etc.

Portanto, nesses casos, o profissional envolvido fará o pedido. Há também o tratamento não medicamentoso.

Muitas vezes, no entanto, a disfunção sexual feminina não é somente física. Então, vale restar algumas abordagens. O profissional pode recomendar exercícios específicos que ajudam no problema. Uma vida saudável como um todo pode resolver vários problemas.

Além disso, é indicado o uso de lubrificantes, uma vez que um dos problemas mais comuns na disfunção é a falta de lubrificação natural. Além de diminuir a dor no sexo, permite maior prazer durante a relação. Há outros métodos de tratamento. No entanto, um profissional precisa ser consultado.

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Fontes: BBC; Gineco; Clinica Mentelli; Minha Vida.

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