Como os antidepressivos podem afetar a libido?

Como os antidepressivos podem afetar a libido?

Antidepressivos e libido tem tudo a ver! Quem faz o uso de antidepressivos costuma notar muitas mudanças em relação à libido. Ou seja, o medicamento pode causar outros efeitos além do desejado, e esse costuma ser a diminuição do apetite sexual.

Mas essa mudança depende muito do tipo de medicação e do paciente. Portanto, não é algo que sempre vá acontecer ou na mesma proporção para todos. Antes de qualquer coisa, ressaltamos que o profissional precisa ser consultado após qualquer suspeita de problemas do tipo.

Por que os antidepressivos afetam a libido?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, somente no Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas sofrem de ansiedade. Enquanto isso, 11,5 milhões enfrentam quadros de depressão. Sendo assim, vários brasileiros fazem uso de medicamentos específicos para isso.

Esses são chamados de inibidores seletivos da receptação de serotonina. Mas alguns pacientes podem sofrer efeitos colaterais, como a diminuição da libido, por exemplo. Em outros casos, a disfunção sexual pode ser o mal enfrentado.

Isso acontece porque esses medicamentos aumentam o nível da serotonina, ou seja, o “hormônio da felicidade”. Em contrapartida, diminui o nível da dopamina, o neurotransmissor ligado ao desejo sexual.

De acordo com Fernando Meyer, médico urologista e professor da PUC do Paraná, isso acontece com homens e mulheres. No entanto, é mais fácil notar em pessoas com pênis, visto que afeta a ereção.

Adelmo Aires Negre, professor de urologia na Universidade Federal do Tocantins aponta ainda que antidepressivos podem causar disfunção sexual. Isso é quando o paciente perde o interesse em se relacionar sexualmente. E não para por aí. Existem várias alterações causadas pelos antidepressivos. As principais, por exemplo, são:

  • Disfunção erétil;
  • Dificuldades para atingir o orgasmo;
  • Mudança na libido;
  • Problemas para ficar excitado, ou seja, perda da satisfação.

Qualquer medicamento da classe antidepressivo e ansiolítico pode causar esses problemas. Mas, como foi dito, vai depender de pessoa para pessoa, bem como os sintomas podem não ser os mesmos. Dentre eles, os mais comuns são:

  • Inibidores da Captação de Serotonina e Norepinefrina, como Venlafaxina, Desvenlafaxina e Duloxetina;
  • Antidepressivos Tricíclicos e Tetracíclicos, como Amitriptilina, Clomipramina e Nortriptilina, por exemplo;
  • Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina, como Citalopram, Fluoxetina, Sertralina e Paroxetina;
  • Inibidores de Monoamina Oxidase, como por exemplo Isocarboxazida, Tranilcipromina, Rosagilina e Fenelzina.

Como isso ocorre?

Embora haja diversos antidepressivos disponíveis, um efeito colateral é comum: disfunção sexual. Essa, como ficou bem apontado nessa matéria, acontece por causa da queda da libido. Portanto, quando esses medicamentos aumentam o nível de serotonina, interferem em outros neurotransmissores do nosso corpo. Então, estão ligados à excitação e motivação. E quando saber que estamos sofrendo com esses efeitos?

A perda da libido é a causa mais comum. É quando o paciente não sente mais vontade de se relacionar sexualmente. Nem mesmo os antigos estímulos que gostava lhe atraem. Mas o problema pode ser notado durante o sexo, caso aconteça, visto que ejacular se torna algo quase impossível. No caso das mulheres, o orgasmo se torna uma barreira ainda maior.

Outra consequência do uso de antidepressivos é a disfunção erétil. Sendo assim, os homens enfrentam a incapacidade de manter uma ereção rígida que dê para fazer sexo.

O que fazer se os antidepressivos afetar a libido?

Geralmente os efeitos colaterais são mais marcantes no início do tratamento. Então, se começar a sentir qualquer diferença, a principal indicação é que procure um profissional. Somente médico especializado poderá prescrever algo.

No entanto, Fernando Meyer, professor da PUC, afirma que o corpo pode acostumar. Sendo assim, basta esperar por um tempo que pode variar de quatro a oito semanas após o início do tratamento. Mark Neumaier, urologista do Hospital Marcelino Champagnat ressalta que é importante verificar o histórico do paciente.

Então é possível compreender se ele já sofreu com disfunções sexuais antes. Então é possível certificar se o problema  está, de fato, ligado ao uso de algum medicamento. Acima de qualquer recomendação, ressaltamos novamente que a principal é procurar por um profissional.

Fontes: UOL; Neurológica; UP Men; Mina Bem-estar ; Tua Saúde

Referências bibliográficas

RIZK, P. J.; et al. Testosterone therapy improves erectile function and libido in hypogonadal men. Curr Opin Urol. 27. 6; 511-515, 2017

EMERSON, C. R. Review of low libido in women. Int J STD AIDS. 21. 5; 312-6, 2010

VEGUNTA, S.; et al. Androgen Therapy in Women. J Womens Health (Larchmt). 29. 1; 57-64, 2020

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