Sexsomnia é um distúrbio do sono que faz com que o indivíduo pratique sexo dormindo. Em outras palavras, a doença é um sonambulismo sexual, com o agravante de que o doente tem amnésia ao acordar.
Assim, a sexsomnia é um tipo de sonambulismo que acompanha uma forte ânsia por sexo. Antes de mais nada, esse instinto sexual surge durante o sono sem que a pessoa tenha consciência do que está fazendo. Além disso, a prática pode envolver a masturbação, o sexo oral e penetração vaginal ou anal com outra pessoa durante o sono.
Apesar do comportamento ser involuntário, ele pode gerar complicações conjugais. Em casos mais graves, até implicações criminais. Afinal, a doença não atinge apenas a vida do paciente, mas de pessoas próximas a ele.
O que é sexsomnia?
A sexsomnia é um distúrbio do sono que atinge 86% de pessoas do sexo masculino a mais do que as do sexo feminino. Em geral, em mulheres, a sexsomnia se manifesta por meio da masturbação ou monólogos de cunho sexual.
Em contrapartida, nos homens o distúrbio se manifesta com o foco no genital. Nesse sentido, é comum que o indivíduo tente a consumação da penetração vaginal ou anal na pessoa que estiver ao seu lado na cama, até que alcance o orgasmo.
Causas Sintomas
Apesar de poucos estudos sobre o distúrbio, acredita-se que a causa deriva de uma predisposição genética. É durante os estágios de sono NREM e sono REM, transições entre os estágios e no despertar, que a sexsomnia se manifesta.
Além disso, o distúrbio é comum em pessoas que já tiveram algum tipo de parasomnia (distúrbios anormais do sono) na infância.
Assim, esse tipo de doença gera uma espécie de amnésia na pessoa, que não se lembra de nada do que aconteceu.
No entanto, fatores como o estilo de vida podem desencadear a crise. Assim como o uso de drogas, o excesso de álcool e café, a privação de sono e níveis altos de estresse.
Alguns estudos também indicam a relação entre outros tipos de distúrbios do sono com a sexsomnia. Os exemplos são a apneia obstrutiva e a epilepsia do sono.
Dentre os principais sintomas e impactos para o paciente que sofre sexsomnia são eles:
- Confusão;
- Raiva;
- Ansiedade;
- Negação do ato;
- Culpa;
- Amnésia;
- Tensão;
- Depressão;
- Tentativa de suicídio;
- Pedidos de divórcio;
- Perda da custódia de filhos;
- Acusação de estupro, pedofilia e incesto.
Durante o sonambulismo do sono, a pessoa também corre o risco de constranger amigos e familiares. O que, portanto, pode causar um grande sofrimento emocional.
Como tratar a sexsomnia?
O tratamento mais comum em casos de sexsomnia envolve o uso de medicação e a psicoterapia. Além disso, práticas de higiene do sono podem contribuir para amenizar o quadro.
A higiene do sono inclui atividades físicas regularmente, ter uma rotina de sono, com horários pré-definidos. Bem como, evitar o consumo exagerado de álcool, cigarro, a ingestão de comida e bebidas com cafeína, pelo menos, 6 horas antes de ir para a cama.
Por fim, o uso de terapias alternativas como técnicas de relaxamento e a prática da yoga podem ajudar no tratamento da sexsomnia. O mais importante, nesses casos, é fazer diagnóstico do paciente e evitar possíveis traumas e crimes sexuais.
Como o paciente não se lembra de nada do que acontece durante o sonambulismo sexual, o mais comum é que seus parceiros identifiquem o problema. Por isso a doença também compromete a parte social do indivíduo, e pode causar constrangimentos e até colocar alguém em risco de violência sexual.
Sem contar que a pessoa no momento do episódio pode apresentar comportamento sexual violento.
Polêmicas acerca do distúrbio
O sonambulismo sexual pode induzir a crimes como a pedofilia, o incesto e o estupro. Além disso, a sexsominia pode servir de desculpa para crimes sexuais. Uma, portanto, maneira do acusado se livrar da pena, ao indicar que não estava consciente durante o ato.
No entanto, para descobrir se o indivíduo possui ou não o distúrbio, existem exames clínicos específicos. Além disso, o paciente passa por uma longa avaliação laboratorial do sono. Recentemente, um caso chamou a atenção da justiça do Reino Unido por ser o primeiro caso em que a vítima foi acusada de sexsomnia.
Entenda o caso
Em 2017, Jade McCrossen-Nethercott foi à casa de alguns amigos, bebeu alguns drinks e depois disso pegou no sono. Na manhã seguinte, ela teria acordado com as calças abaixadas e o sutiã desabotoado e com um homem ao seu lado. Em suma, ela o questionou sobre o que teria acontecido. Ao passo, que ele se justificou ao dizer que ela parecia estar consciente durante o evento.
Assim, ao ser acusado de estupro, o suspeito alegou que a vítima teve um quadro de sexsomnia e, com isso, o caso foi arquivado. Por outro lado, a suposta vítima acusa o peso que é dado as alegações de especialistas em sono que nunca a viram pessoalmente.
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Fontes: catracalivre; uol, conversadehomem; dicasdemulher; elidioalmeida; hypeness.
Referência Bibliográfica: A. Coelho, G. & Palombini, L. (2019). SEXSÔNIA: QUE SEXO É ESTE? Revista Brasileira De Sexualidade Humana, 29.