Muita gente diz que o vinho é afrodisíaco e, por esse motivo, a bebida está quase sempre presente nos encontros. No entanto, já adiantando, não existe um efeito químico que, de fato, eleve o nível do desejo sexual. Porém, por criar um ambiente legal, pode estimular tanto o homem quanto a mulher.
Bom, parece um pouco complexo demais o que falamos, então é melhor conferir a seguir uma explicação mais completa.
É verdade que o vinho é afrodisíaco?
O vinho costuma ser visto como afrodisíaco, mas a verdade é que ele não tem um efeito químico direto capaz de despertar desejo como um hormônio faria. O que realmente acontece é algo mais sutil e humano. Pequenas doses de vinho ajudam a relaxar, reduzem a ansiedade, aumentam a sensação de prazer e deixam as pessoas mais abertas ao toque e à troca.
Isso melhora o clima, tira a tensão e cria um ambiente emocionalmente receptivo, o que pode aumentar a libido de forma indireta. Por isso, muitos associam o vinho ao desejo, não porque ele ativa algo no corpo, mas porque facilita a conexão, a presença e a entrega ao momento.
Porém, é importante lembrar que o efeito só funciona com moderação; quando passa do ponto, o álcool atrapalha, reduz sensibilidade, compromete a ereção e pode até diminuir o interesse sexual. Ou seja, não é o vinho em si que é afrodisíaco, mas a maneira como ele ajuda a criar um clima mais leve e íntimo entre duas pessoas.
– Quais os tipos de vinhos são considerados afrodisíacos?
Quando as pessoas falam em vinhos afrodisíacos, na verdade estão se referindo aos rótulos que ajudam a criar um clima mais sensual por causa do aroma, da textura e da experiência que proporcionam, não porque tenham um ingrediente mágico que desperte o desejo.
Os espumantes costumam ser os mais associados à sensualidade porque trazem leveza, frescor e aquele ar de celebração que deixa tudo mais solto. Já os vinhos tintos encorpados, como Cabernet Sauvignon, Malbec e Syrah, são vistos como afrodisíacos pela sensação de calor, pelos taninos macios e pelos aromas de frutas maduras, chocolate ou especiarias, que remetem a algo mais profundo e envolvente.
Vinhos mais suaves e aromáticos, como alguns Moscatos, também entram na lista por serem doces, fáceis de beber e criarem um clima mais descontraído. No fundo, o erotismo do vinho está muito mais na experiência sensorial que ele proporciona do que no tipo em si. A temperatura certa, a taça bonita, o cheiro que sobe antes do primeiro gole e a companhia com quem você divide a garrafa. Isso tudo, junto, é o que realmente desperta o clima.
Quais são os efeitos do vinho na libido e na saúde?
1. Aumento da sensação de relaxamento
O vinho, quando consumido com moderação, diminui a ansiedade e reduz a tensão do dia. Esse relaxamento natural ajuda a pessoa a se sentir mais à vontade, o que pode facilitar o desejo e a intimidade. É como se ele desse uma amaciada no clima.
2. Estímulo da circulação sanguínea
O álcool em pequenas quantidades dilata os vasos sanguíneos e melhora a circulação, o que favorece a sensibilidade do corpo e pode intensificar o prazer. Na prática, a pele fica mais quente e receptiva ao toque.
3. Maior foco no momento presente
O vinho diminui um pouco as barreiras mentais e o excesso de autocrítica. Isso ajuda a pessoa a se conectar mais com o momento, prestando mais atenção nas sensações, no toque e na troca com o parceiro ou parceira.
4. Melhora do humor e sensação de bem-estar
O consumo leve pode estimular neurotransmissores associados ao prazer, como dopamina e serotonina. Esse bom humor afeta diretamente a libido, porque desejo sexual e bem-estar emocional caminham juntos.
5. Potencial efeito afrodisíaco indireto
Ele não aumenta biologicamente o desejo, mas cria um ambiente mais íntimo, confortável e acolhedor. A maioria das pessoas confunde essa experiência com um efeito afrodisíaco real.
6. Riscos de queda da libido em excesso
Quando passa do ponto, o vinho faz o efeito contrário, ou seja, reduz sensibilidade, atrapalha o desempenho e pode causar dificuldade de ereção ou diminuição do interesse sexual. O excesso também prejudica a resposta do corpo e a conexão emocional.
7. Impacto positivo moderado na saúde cardiovascular
Um consumo leve e regular, como uma taça ocasional, pode ajudar a proteger o coração graças aos antioxidantes presentes no vinho tinto. E um coração saudável impacta também a saúde sexual, já que a circulação é essencial para o prazer.
8. Possível melhora na saúde emocional
Momentos de descontração com bebida moderada podem fortalecer vínculos, melhorar conversas e aproximar o casal. Relação emocional fortalecida costuma refletir diretamente na vida sexual.
Quanto de vinho deve ser ingerido para sentir os efeitos positivos?
Os efeitos positivos do vinho aparecem quando a bebida é consumida com muita moderação, geralmente entre meia taça e uma taça cheia, dependendo do ritmo e da sensibilidade de cada pessoa. Esse é o ponto em que o corpo relaxa sem perder o controle, a mente desacelera sem ficar confusa e o clima melhora sem que o álcool comece a atrapalhar.
Mais do que a quantidade exata, o ideal é perceber o próprio limite. Beber devagar, sentir o sabor, aproveitar o momento e parar assim que o corpo começar a ficar mais leve e solto. Passou disso, o vinho não só perde o charme como também começa a prejudicar o desempenho, a libido e até a saúde.
Por isso, o segredo não está no volume, mas na consciência! É a taça certa, no momento certo, que faz o vinho funcionar como aliado.
Fontes: Vinsel; Wine; Famiglia Valduga; Elite Vinho; Wine Lovers;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Penna, N. G., & Hecktheuer, L. H. R. (2004). Vinho e Saúde: uma revisão. Infarma, 16(1-2), 64-71. Disponível em: revista/infarma “Vinho e Saúde: uma revisão”. CFF
Siqueira, J. H., et al. (2021). Resultados do ELSA-Brasil: consumo de bebidas alcoólicas e morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis. Ciência & Saúde Coletiva, 26(Suppl 2), 3825-3837. SciELO Saúde Pública
Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA). (2022). Álcool e a Saúde dos Brasileiros. Panorama. São Paulo: CISA. CISA
