Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Simon? Normalmente são homens solteiros, imaturos no campo afetivo, obcecados pelo sucesso no trabalho e com um toque narcisista. Trata-se de um traço de personalidade muito forte e que, convenhamos, traz sérios danos psicológicos para eles e para as pessoas que o cerca.
O assunto, de suma importância, precisa ser abordado da forma correta e nós decidimos trazer informações pertinentes, que todos deveriam saber. Então, confira conosco a seguir.ntão, confira conosco a seguir.
O que é a síndrome de Simon?
A Síndrome de Simon não é bem uma doença, mas um jeito de falar sobre um comportamento que vemos com frequência hoje em dia. O nome vem de um acrônimo em inglês: Single, Immature, Materialistic, Obsessed with Success, Narcissistic, que significa: solteiro, imaturo, materialista, obcecado pelo sucesso e narcisista. Ou seja, “Simon” não é uma pessoa real, mas uma forma de resumir quem vive muito focado em si mesmo.
Quem se encaixa nesse perfil costuma priorizar carreira, conquistas, liberdade e aparência, mas tem dificuldade de criar laços profundos e duradouros. Evita relacionamentos sérios e, por fora, parece ter tudo sob controle, mas por dentro pode sentir solidão ou vazio. É como se a vida estivesse cheia de brilho e conquistas, mas faltasse calor humano.
O termo surgiu para falar mais sobre homens, mas mulheres também podem passar por isso, de formas diferentes. No fundo, é um reflexo de uma sociedade que valoriza imagem, resultados e independência, mas nem sempre ensina a lidar com sentimentos, intimidade e vulnerabilidade.
A boa notícia é que isso não é definitivo. Com reflexão, autoconhecimento e disposição para se abrir, é possível equilibrar sucesso e afeto. Descobrimos, então, que algumas das maiores conquistas da vida não estão em status ou bens materiais, mas em vínculos verdadeiros, carinho e conexão com quem amamos.
A síndrome de Simon é uma doença?
A Síndrome de Simon não é uma doença, e é importante olhar para isso com calma. Diferente de uma enfermidade, que afeta o corpo ou o cérebro de forma que possa ser diagnosticada, ela diz respeito a formas de agir, de pensar e de se relacionar. Não é algo que “quebrou” na pessoa, mas um jeito de viver que, às vezes, dificulta conexões mais profundas.
Chamar isso de doença poderia até fazer a pessoa se sentir presa ou incapaz de mudar, quando, na verdade, esses padrões podem ser entendidos, refletidos e transformados. Não há remédio que vá resolver, mas há espaço para autoconhecimento, empatia consigo mesmo e prática de novas formas de se conectar com os outros.
Quem se identifica com esse perfil pode descobrir que não precisa abrir mão do sucesso ou da independência para ter relacionamentos mais verdadeiros. Com atenção e consciência, é possível equilibrar conquistas externas com vínculos afetivos, percebendo que algumas das maiores vitórias da vida estão naquilo que o dinheiro ou status não compram: carinho, intimidade e presença genuína.
Quais as possíveis causas da síndrome de Simon?
Essa síndrome geralmente nasce de uma mistura de experiências de vida, personalidade e influência da sociedade. Quem passa por traumas, rejeições ou cresce sem aprender a lidar com emoções muitas vezes acaba valorizando mais a independência, o sucesso e a imagem do que os vínculos afetivos. Além disso, vivemos num mundo que exalta conquistas e aparência, e isso pode deixar pouco espaço para intimidade e vulnerabilidade.
E não! Não é culpa de ninguém. É apenas o jeito que algumas experiências moldam a forma de se relacionar. Mas é possível mudar a situação com reflexão, autoconhecimento e abertura emocional, dá para construir conexões mais profundas e verdadeiras, sem perder quem você é.
Quais são as consequências de se relacionar com alguém com síndrome de Simon?
Relacionar-se com alguém com a Síndrome de Simon pode ser emocionalmente desafiador. Quem convive com esse perfil muitas vezes sente uma distância afetiva, porque a pessoa valoriza mais a independência, o sucesso e a aparência do que a conexão verdadeira. Isso pode gerar frustração, insegurança e a sensação de estar sozinho mesmo dentro do relacionamento.
É comum que haja altos e baixos, momentos de proximidade seguidos de afastamento, o que pode cansar emocionalmente. Ainda assim, é possível lidar com isso com diálogo, paciência e limites claros, mas a mudança depende também da disposição da pessoa em se abrir, se conhecer e investir em vínculos mais profundos.
E quais as consequências de ter a síndrome de Simon?
1. Dificuldade em criar vínculos profundos
Pessoas com esse perfil costumam ter dificuldade em se abrir emocionalmente. Isso faz com que relacionamentos íntimos e duradouros sejam mais complicados, mesmo quando há vontade de se conectar.
2. Solidão emocional
Apesar de poder ter sucesso, status ou uma vida social ativa, existe uma sensação de vazio interno. É a sensação de estar rodeado de pessoas, mas ainda assim se sentir sozinho.
3. Relacionamentos instáveis
A dificuldade de compromisso e de lidar com emoções pode gerar altos e baixos, fazendo com que relações amorosas ou amizades fiquem marcadas por incerteza e frustração.
4. Foco excessivo em conquistas externas
Colocar carreira, aparência, dinheiro ou reconhecimento acima de tudo pode trazer satisfação momentânea, mas não substitui a sensação de estar conectado e amado de verdade.
5. Dificuldade em se colocar no lugar do outro
A falta de empatia pode afetar amizades, familiares e relacionamentos amorosos, gerando conflitos e afastamentos.
6. Frustração pessoal e insatisfação
Com o tempo, a pessoa percebe que os sucessos externos não preenchem o vazio emocional, levando a um sentimento de insatisfação ou arrependimento por oportunidades de conexão que foram deixadas passar.
Como lidar com a síndrome de Simon?
Lidar com a Síndrome de Simon começa com um passo essencial, que é reconhecer o padrão. Não é sobre se culpar, mas sobre perceber que o foco excessivo em independência, conquistas e imagem pode estar deixando pouco espaço para conexões verdadeiras.
A partir daí, é importante buscar autoconhecimento, seja por meio de terapia, reflexões pessoais ou conversas honestas com pessoas de confiança. Entender as próprias emoções e aprender a lidar com vulnerabilidade ajuda a quebrar barreiras internas.
Também vale praticar pequenas mudanças no dia a dia, como dedicar mais tempo de qualidade a amigos e familiares, abrir-se para ouvir e se interessar genuinamente pela vida do outro, e permitir-se estar presente, sem pressa ou distrações.
O equilíbrio entre sucesso pessoal e vida afetiva é construído aos poucos, e não exige abrir mão de quem você é, mas sim encontrar espaço para que outras áreas da vida floresçam.
No fim, lidar com a Síndrome de Simon é, antes de tudo, um convite para se reconectar, não só com os outros, mas também consigo mesmo, descobrindo que intimidade, carinho e presença são tão valiosos quanto qualquer conquista que possa ser exibida para o mundo.
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Fontes: O Globo; Jornal Médico; Metrópoles; NC Mais; Vogue
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROJAS, Enrique; ROJAS ESTAPÉ, Marian. El Síndrome de Simón. Instituto Rojas-Estapé, 12 de setembro de 2016. Artigo que dá origem ao termo (acrílico) e expõe os traços do perfil SIMON — solteiro, imaturo afetivamente, materialista, obcecado pelo trabalho e narcisista.
O Hoje. Síndrome de Simon: o desafio contemporâneo dos homens. Goiânia, 12 de junho de 2025. Matéria jornalística que descreve o perfil e a construção cultural do conceito, com base na explicação de Enrique Rojas e no contexto atual.
ZACARONI, Renata. Síndrome de SIMON: o que está por trás da fuga masculina dos relacionamentos sérios? O Tempo, 3 de julho de 2025. Texto que contextualiza o acrônimo e ressalta que se trata de um conceito sociocultural, não diagnóstico clínico.
GLOBO – O Globo. Síndrome de Simon: o que a psicologia diz sobre os homens que não conseguem se comprometer com um relacionamento. Rio de Janeiro, 6 de junho de 2025. Reportagem explicativa sobre os atributos do perfil SIMON, com citações do psiquiatra Enrique Rojas.