tabus sobre a sexualidade na terceira idade

6 tabus sobre a sexualidade na terceira idade

A sexualidade na terceira idade ainda é cercada de muitos tabus, que frequentemente reforçam estigmas sobre o envelhecimento e a intimidade. A sociedade muitas vezes desconsidera ou minimiza a importância da sexualidade para pessoas mais velhas, o que pode afetar a identidade, a orientação sexual, as relações afetivas e até mesmo a forma como a imaginação e os desejos são vivenciados.

Esses preconceitos, no entanto, precisam ser desconstruídos para que os idosos possam viver sua sexualidade de forma plena e saudável, aproveitando o período da vida mais avançado com prazer e satisfação. É essencial romper com essas barreiras e permitir que as pessoas na terceira idade tenham a liberdade de explorar e expressar suas vontades sem vergonha ou culpa.

6 tabus sobre a sexualidade na terceira idade

1. Não precisa de penetração

É verdade que a menopausa pode impactar na libido e em outros aspectos ligados à manifestação da sexualidade feminina, uma vez que envolve mudanças hormonais significativas. Uma das consequências da queda dos níveis de estrógeno é a dispareunia, que é a dor durante a penetração. Como resultado, a vagina não lubrifica mais como deveria.

Mas isso não quer dizer que o sexo na terceira idade tenha que dispensar a penetração. Existem métodos para reverter o problema, como terapia de reposição hormonal, cremes, lubrificantes e fisioterapia pélvica. O sexo na velhice pode, e deve, acontecer com penetração.

2. Preconceito e estigmas

O preconceito em relação à sexualidade na terceira idade pode ter sérios impactos negativos, dificultando que os idosos desfrutem de uma vida sexual saudável e satisfatória. Existe uma ideia errônea de que pessoas mais velhas não se relacionam ou não deveriam se relacionar afetivamente. Isso leva a um estigma que pode impedir a discussão sobre as dificuldades que poderiam ser amenizadas com o uso de medicações, tratamentos ou terapias adequadas. Ao ignorar essas questões, muitos idosos deixam de buscar apoio e soluções para melhorar sua qualidade de vida sexual, o que pode prejudicar tanto o bem-estar físico quanto emocional.

3. Uso de medicações para estimular

Existem medicamentos indicados para homens que sofrem de disfunção erétil, os quais podem melhorar a ereção e torná-la mais eficaz. Esses remédios são geralmente seguros quando utilizados sob orientação médica. No entanto, é essencial que haja uma indicação profissional antes de iniciar o uso.

De acordo com especialistas, essas medicações são particularmente eficazes para indivíduos que têm dificuldades em conseguir ou manter a ereção durante o tempo necessário para atingir o orgasmo. O problema surge quando são usadas de forma inadequada, por pessoas que não têm disfunção erétil. Nesse caso, não há comprovação científica nem recomendação médica para o uso desses medicamentos, o que pode levar a riscos desnecessários à saúde.

4. Deixar o sexo de lado para cuidar da saúde

Sexo e saúde caminham lado a lado, incluindo na velhice! Manter a sexualidade ativa é uma parte importante do envelhecimento saudável, assim como manter o convívio social e cuidar da saúde. No entanto, é importante diferenciar isso de ser uma pessoa sexualmente ativa.

A manifestação da sexualidade ocorre quando a pessoa está plena e em sintonia consigo mesma. Isso pode se expressar por meio de carícias, toques, abraços e outras formas de afeto, sem que necessariamente envolva relações sexuais ou coito. O importante é cultivar o bem-estar e a intimidade de maneira que promova saúde física e emocional.

5. Uso de preservativo

Os idosos também precisam usar preservativos! Muitos profissionais de saúde sexual alertam que, por terem vivido em uma geração anterior à pandemia da Aids, muitas pessoas mais velhas não veem o uso do preservativo como necessário. No entanto, casos de sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis continuam crescendo no Brasil, inclusive entre idosos.

“Se o idoso entra em um relacionamento novo e não usa preservativo, o risco de infecções sexualmente transmissíveis existe, sim. Portanto, é fundamental ter cuidado”, alertam os especialistas. A proteção não deve ser negligenciada, independentemente da idade, para garantir uma vida sexual saudável e segura.

6. Uso de sex toys

Existem inúmeras formas de resgatar a intimidade e o prazer conforme os anos se passam. A manifestação da sexualidade pode ser adaptada, satisfatória e prazerosa. Desse modo, o uso de acessórios sexuais pode ser uma ótima alternativa, como sex toys e lubrificantes, por exemplo. Diferentes pessoas vão envelhecer de formas diferentes. É importante quebrar o tabu relacionado à sexualidade na terceira idade.

Quais são as consequências desses tabus?

1. Falta de prazer

Os tabus interferem diretamente na busca por prazer. Como já foi dito, a idade não deve ser um obstáculo para quem deseja explorar os prazeres da vida. As relações sexuais são relaxantes e sinônimo de saúde, logo, aproveitar as oportunidades para se estimular ao lado da parceria traz uma série de benefícios.

2. Estresse na velhice

O sexo caminha lado a lado com a saúde mental. As relações sexuais ajudam a lidar com problemas de ansiedade, principalmente em idades mais avançadas, onde as pessoas tendem a se sentirem mais sozinhas e carentes. A conexão entre dois corpos pode ser o ponto alto da felicidade na velhice.

3. Danificação do corpo físico

De acordo com pesquisas, pessoas em um relacionamento, mantendo a prática sexual, tem o corpo mais saudável de forma geral. Não somente a saúde mental, mas também a física é melhorada ao entrar em contato com a própria sexualidade. Pessoas mais velhas não param de viver, logo precisam disso.

Fontes: Terra; G1; SBGG; Globo; Holiste; FSFX

Referências:

QUEIROZ, M. A. C. et al. Representações sociais da sexualidade entre idosos. Rev. Bras. Enferm., v.68, n.4, p.662-667, 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/reben/a/MvvLGd3FbWw5npcZhXjwWMH/?lang=pt>. Acesso em 16 Mar. 2022.

VIEIRA, K. F. L.; COUTINHO, M. P. L.; SARAIVA, E. R. A. A sexualidade na velhice: Representações sociais de idosos frequentadores de um grupo de convivência. Psicol., Ciênc. Prof, v.36. n.1, p.196 – 2019, 2016. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pcp/a/dtF8qQ6skTwWk4jK5ySG7Gq/?lang=pt&format=html#>. Acesso em 16 Mar. 2022.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 2019. Sexualidade na terceira idade. 2019. Disponível em: <https://www.saude.rj.gov.br/atividade-na-terceira-idade/noticias/2019/03/sexualidade-na-terceira-idade>. Acesso em: 16 Mar. 2022.

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