superar a dependência emocional

Como superar a dependência emocional?

Olhando de fora é simples, mas superar a dependência emocional estando dentro de um relacionamento pode ser um grande desafio! Quando se é vítima dos próprios sentimentos, é difícil conseguir se livrar das armadilhas que tanto machucam o coração.

Pensando nisso, trouxemos uma lista de maneiras que podem ajudar a superar a dependência emocional. Confira conosco a seguir.

10 formas para superar a dependência emocional

1. Reconhecer que existe dependência emocional

O primeiro passo é admitir, para si, que há um padrão que machuca, como o medo exagerado de perder a pessoa, sensação de que sem ela você não sou nada, aceitar migalhas para não ficar só. Quando você dá nome a isso, começa a enxergar que não é intensidade, romantismo demais ou amor bonito, e sim um desequilíbrio.

Esse reconhecimento tira a culpa e abre espaço para responsabilidade.

2. Fortalecer a relação com você mesmo

Dependência emocional geralmente nasce de um vazio interno, seja uma sensação de ser pouco, de não ser interessante, de não ser suficiente. Por isso, um ponto central é fortalecer o vínculo com você.

Isso significa aprender a se ouvir, respeitar seus limites, acolher seus sentimentos, tratar-se com gentileza quando erra. Quanto mais você se torna fonte de carinho e validação para si, menos vai precisar implorar por isso em qualquer relacionamento.

3. Construir uma vida que não gira só em torno da relação

Quem é dependente emocional costuma colocar o relacionamento no centro da vida. Amigos ficam de lado, hobbies somem, planos pessoais são engavetados. A cura passa por recuperar outras áreas importantes, como trabalho, estudos, lazer, amizades, família, espiritualidade, autocuidado.

Quando você tem mais pilares na sua vida, um relacionamento deixa de ser questão de sobrevivência e passa a ser uma parte importante, mas não a única.

4. Aprender a tolerar a solidão

A pessoa emocionalmente dependente sente um medo quase físico da rejeição, do silêncio, da ausência. Então ela corre atrás, se humilha, insiste, aceita menos do que merece. Um passo importante é treinar a tolerância à frustração; permitir-se sentir saudade sem mandar mensagem, aguentar a ansiedade de não ter resposta imediata, sobreviver a um “não” sem se destruir por dentro. Cada vez que você aguenta esse desconforto sem se abandonar, você vai fortalecendo sua autonomia emocional.

5. Trabalhar autoestima e autoconfiança

Dependência emocional também é uma forma de dizer “eu não confio em mim, então preciso que o outro me escolha para eu me sentir valioso”. Fortalecer autoestima não é repetir frases positivas vazias, mas reconhecer suas qualidades, seus esforços, suas conquistas, e também aceitar suas imperfeições.

Autoconfiança é construída quando você se testa na vida, assume pequenos riscos, dá conta de problemas e percebe que dá conta, pois sabe se virar. Quem se enxerga como alguém capaz sofre menos com a ideia de ficar sem determinada pessoa.

6. Estabelecer limites claros

Dependente emocional costuma abandonar seus limites para não criar conflito e aceita desrespeito, falta de prioridade, sumiços, promessas vazias. Superar isso exige aprender a dizer não, colocar bordas, definindo o que você aceita, o que você não aceita, como quer ser tratado.

Mais importante que falar, é sustentar o limite. Se a outra pessoa insiste em ultrapassá-lo, você precisa escolher por você, mesmo que dói. Limites não servem para punir o outro, e sim para proteger a sua saúde emocional.

7. Diferenciar amor de apego e medo

Muita gente confunde dependência com amor. Mas amor saudável permite respiração, liberdade, crescimento. Dependência é mais sobre medo de ficar sozinho, medo de ser abandonado, apego à ideia de ter alguém, não importa como.

Quando você começa a diferenciar, entende que soltar o que machuca também é um ato de amor por si mesmo.

8. Revisitar a sua história emocional

A dependência emocional raramente surge do nada! Muitas vezes está ligada a experiências antigas de abandono, rejeição, pais frios, cuidadores instáveis, relações anteriores muito dolorosas. Olhar para trás não é se vitimizar, é entender de onde vem essa necessidade enorme de ser escolhido.

Quando você compreende sua história, começa a separar o presente do passado: percebe que não é mais aquela criança ou aquela pessoa que não tinha opção; hoje você pode fazer escolhas melhores.

9. Desenvolver comunicação honesta e vulnerável

Algumas pessoas se agarram ao outro porque nunca aprenderam a dizer o que sentem com clareza e engolem incômodos, fingem estar bem, exageram para chamar atenção. E isso alimenta ainda mais a dependência, porque cria insegurança constante.

Trabalhar uma comunicação mais sincera, dizer que algo te feriu, que você sente medo, que precisa de certas atitudes, ajuda a construir relações mais reais. E, se o outro não acolher minimamente essa vulnerabilidade, isso também é um sinal valioso sobre o lugar onde você está.

10. Reduzir comportamentos de vigilância e controle

Checar o celular, stalkear redes sociais, exigir resposta imediata, testar o outro, manipular com ciúmes… tudo isso são tentativas de controlar a insegurança. Só que, na prática, esses comportamentos aumentam a ansiedade e desgastam profundamente o vínculo.

Superar a dependência emocional passa por abrir mão dessa vigilância, confiar mais em seus próprios critérios, menos na necessidade de ficar investigando cada passo do outro.

Fontes: Psitto; Amor e Saúde; Grupo Recanto; Total Pass; Psicólogos São Paulo;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOWLBY, John. Apego e perda: Apego. 3. ed. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2002.
BOWLBY, John. Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BRENNAN, Kelly A.; CLARK, Cindy L.; SHAVER, Phillip R. Self-report measurement of adult attachment. In: SIMPSON, J. A.; RHOLES, W. S. (Eds.). Attachment theory and close relationships. New York: Guilford Press, 1998. p. 46–76.
CABALLO, Vicente E. Manual de terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Santos Editora, 2012.
CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990.

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