Todo mundo precisa de algum tipo de carinho e afeto! Isso evita sérios problemas, como a carência afetiva que pode se tornar algo ainda maior, como depressão e isolamento social. Quando falamos sobre essa carência, muitos tendem a achar que é coisa boba ou rasa, mas não é!
Então decidimos dar uma atenção maior ao tema e trazer esse texto para que todos possamos entender o peso do sentimento e como lidar com o mesmo. Confira conosco a seguir.
O que é a carência afetiva?
Carência afetiva é quando a gente sente que falta colo, atenção ou um simples gesto de carinho no dia a dia. É aquela vontade de ser notado, abraçado, escutado de verdade, de sentir que alguém se importa de fato com a gente.
Muitas vezes, quem passa por isso acaba carregando um vazio no peito, como se nada fosse suficiente para preencher. Dá a sensação de solidão mesmo quando se está cercado de pessoas, porque o que realmente faz falta não é a presença física, mas a conexão emocional.
Essa carência pode vir de experiências lá de trás, na infância, ou aparecer em fases da vida adulta em que a gente se sente mais fragilizado. No fundo, é uma necessidade bem humana, pois todo mundo precisa de afeto para se sentir inteiro e valorizado.
O problema é quando essa falta começa a pesar tanto que afeta a autoestima e a forma de se relacionar com o mundo.
Quais são os sintomas da carência afetiva?
1. Sensação constante de solidão
Mesmo cercada de pessoas, a pessoa sente como se estivesse sozinha. Isso acontece porque o que falta não é companhia, mas conexão verdadeira.
2. Busca excessiva por atenção
Quem está carente tende a querer ser notado a todo custo, seja mandando muitas mensagens, querendo estar sempre por perto ou precisando de confirmações frequentes de afeto.
3. Insegurança nos relacionamentos
O medo de ser rejeitado ou abandonado fica muito presente. A pessoa pode se sentir insegura sobre o amor do outro e viver constantemente em dúvida.
4. Necessidade de aprovação
Há uma vontade enorme de agradar, de ser aceito, quase como se o valor próprio dependesse da opinião alheia. Isso pode levar a se anular para caber nas expectativas dos outros.
5. Baixa autoestima
A pessoa pode se enxergar como menos ou acreditar que não é suficiente para receber amor, o que reforça ainda mais o ciclo da carência.
6. Ansiedade e pensamentos repetitivos
A mente fica girando em torno da falta de afeto, questionando se a pessoa sente falta, tentando entender o motivo de não responder uma mensagem ou coisa do tipo. Esse turbilhão gera angústia e ansiedade.
7. Excesso de expectativa nos outros
A carência faz com que a pessoa espere que o outro supra todas as suas necessidades emocionais, o que gera frustração quando isso não acontece.
8. Tristeza frequente ou sensação de vazio
O coração parece pesado, como se faltasse algo essencial. Essa tristeza não tem sempre uma causa clara, mas está ligada à ausência de afeto verdadeiro.
De onde vem a carência afetiva?
1. Falta de afeto na infância
Quando a criança não recebe atenção, carinho ou gestos de cuidado, cresce sentindo que algo essencial lhe foi negado. Essa ausência de afeto fica registrada e pode se refletir na vida adulta como uma necessidade constante de ser amado.
2. Relações familiares distantes ou frias
Em muitas famílias, o amor existe, mas não é demonstrado. Pais que não tinham o hábito de abraçar, conversar ou valorizar os sentimentos do filho acabam deixando a impressão de que o afeto precisa ser conquistado. Essa distância emocional molda a forma como a pessoa enxerga o amor.
3. Experiências de rejeição
Ser excluído em amizades, não se sentir parte de um grupo ou viver relações em que houve abandono gera marcas profundas. A pessoa cresce acreditando que o afeto sempre pode ser retirado de repente, e isso alimenta a insegurança.
4. Comparações constantes
Crescer sendo comparado com irmãos, colegas ou outras pessoas cria a sensação de nunca ser suficiente. Essa pressão contínua para ser melhor ou corresponder a expectativas mina a autoestima e abre espaço para a carência afetiva.
5. Rompimentos dolorosos
Perdas amorosas, traições ou separações deixam feridas emocionais. Quando essas dores não são elaboradas, ficam como lembranças que reforçam o medo de não ser amado novamente, mantendo a carência sempre presente.
Quais são as consequências da carência afetiva?
1. Dificuldade em manter relacionamentos saudáveis
A carência pode levar a atitudes de apego excessivo ou até mesmo de cobrança exagerada. Isso acaba desgastando vínculos e afastando as pessoas, justamente o oposto do que se deseja.
2. Dependência emocional
A pessoa passa a acreditar que só será feliz se tiver alguém por perto suprindo suas necessidades. Isso cria relações de desequilíbrio, em que o outro assume o papel de preencher um vazio que deveria ser cuidado internamente.
3. Baixa autoestima
Quando o afeto não é recebido, a pessoa pode começar a achar que não é boa o bastante ou que não merece amor. Esse sentimento diminui a autoconfiança e impacta a forma de se enxergar no mundo.
4. Ansiedade e insegurança
O medo constante de ser rejeitado ou abandonado pode gerar ansiedade. A pessoa fica em alerta, tentando prever se o outro vai se afastar, o que cria um estado de tensão emocional.
5. Tristeza e sensação de vazio
A ausência de afeto pode trazer uma melancolia persistente. É como se faltasse algo essencial para o bem-estar, e isso gera um vazio difícil de preencher.
6. Expectativas irreais em relação aos outros
A carência leva a depositar nos outros a responsabilidade de oferecer todo o carinho e atenção necessários. Essa expectativa exagerada inevitavelmente resulta em frustrações.
7. Isolamento social
Em alguns casos, a pessoa se sente tão insegura ou desvalorizada que acaba se afastando dos outros. Esse isolamento só reforça a solidão e a falta de afeto.
8. Dificuldade de desenvolver amor-próprio
Quando a atenção está sempre voltada para o que falta, torna-se mais difícil olhar para dentro e reconhecer o próprio valor. O amor-próprio fica enfraquecido, e a dependência dos outros aumenta.
Como lidar e superar a carência afetiva?
1. Reconhecer o que sente
A carência só pode ser trabalhada quando é reconhecida. Fingir que está tudo bem ou tentar se enganar só prolonga a dor. Assumir para si mesmo que existe uma falta de afeto é um gesto de coragem. Então, a partir daí que começa a mudança.
2. Investir no amor-próprio
Amor-próprio não é se achar perfeito, mas sim se tratar com cuidado, respeitar os próprios limites e celebrar pequenas conquistas. Quando a gente aprende a se valorizar, a necessidade de validação externa diminui e o vazio começa a ser preenchido de dentro para fora.
3. Desenvolver relacionamentos saudáveis
A carência muitas vezes nos empurra para relações desequilibradas, então aceitamos menos do que merecemos só para não ficarmos sozinhos. Aprender a construir vínculos baseados em respeito, confiança e afeto verdadeiro é fundamental para quebrar esse ciclo.
4. Praticar atividades que tragam prazer
Encher a vida de momentos bons ajuda a reduzir a dependência emocional. Pode ser dançar, pintar, caminhar, ouvir música ou qualquer coisa que traga leveza. Esses pequenos prazeres lembram que a felicidade não precisa vir apenas de outra pessoa.
5. Aprender a lidar com a solidão
A solidão pode assustar, mas também pode ser um espaço de reencontro consigo mesmo. Sendo assim, transformar momentos solitários em oportunidades de autoconhecimento ajuda a fortalecer a independência emocional e a perceber que estar só não é o mesmo que estar vazio.
6. Evitar expectativas irreais
Colocar no outro a responsabilidade de preencher todas as nossas necessidades só gera frustração. Aprender a esperar o possível, sem exigir perfeição, traz mais leveza às relações e evita decepções constantes.
7. Trabalhar o autoconhecimento
A princípio, olhar para a própria história, entender de onde veio a falta de afeto e como isso ainda influencia a vida atual é um passo importante. Esse mergulho interno ajuda a enxergar os gatilhos da carência e a criar estratégias mais saudáveis para lidar com eles.
Como ter bons relacionamentos sem carência afetiva?
1. Começar pelo amor-próprio
Antes de buscar afeto em alguém, é importante aprender a se valorizar. Assim, quando a pessoa se trata com respeito e carinho, ela não depende apenas do olhar externo para se sentir bem. Assim, entra em uma relação mais inteira.
2. Estabelecer limites saudáveis
Compreender o que é aceitável e o que machuca dentro de uma relação evita desgastes. Sendo assim, colocar limites de forma clara, cria-se um espaço de respeito mútuo, onde nenhum dos dois se anula para agradar o outro.
3. Cultivar a independência emocional
Ter hobbies, cuidar dos próprios objetivos e aproveitar a própria companhia fortalece a autonomia. Dessa forma, o relacionamento deixa de ser a única fonte de felicidade e se transforma em um complemento, não em uma necessidade.
4. Praticar a comunicação aberta
Falar sobre sentimentos e ouvir o outro com atenção cria laços mais fortes. Além disso, o diálogo sincero evita mal-entendidos e reduz as inseguranças que alimentam a carência.
5. Reduzir expectativas irreais
Esperar que o parceiro ou a parceira esteja disponível o tempo todo é desgastante. Quando se entende que cada pessoa tem sua individualidade, o relacionamento ganha leveza e cresce em liberdade.
6. Aprender a lidar com a solidão
Momentos de solitude podem ser oportunidades de crescimento pessoal. Em vez de enxergar a solidão como algo negativo, é possível utilizá-la para se reconectar consigo mesmo e fortalecer o equilíbrio emocional.
7. Construir relações de troca
Um bom relacionamento não é feito apenas de receber, mas também de oferecer. Quando há equilíbrio entre dar e receber carinho, apoio e compreensão, o vínculo se torna mais sólido e saudável.
Fontes: Psicóloga Clínica Guarulhos; Luana Dari; Psitto; Psicólogo e Terapia; Telavita
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Santos, V. F. G. (2022). A carência afetiva e os reflexos na vida adulta. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Anhanguera.
Arntz, A., et al. (2005). Dependência patológica: distinguindo a dependência funcional da emocional. Clinical Psychology: Science and Practice, 12(4), 411-416.
Magalhães, P. (2025). Se amar, amar e ser amado. Matrix Editora.
