Tudo vale na busca pelo prazer quando há consentimento de todas as partes envolvidas. Sabemos que existem vários fetiches no meio sexual. Alguns mais comuns, enquanto outros são mais “exóticos”, como a podolatria. Sentir prazer por pés pode ser um tabu, mas é uma realidade de muitas pessoas.
Esse assunto mexe com os ânimos das pessoas. É possível, inclusive, encontrar fã-clubes para os pés de algumas celebridades. É um assunto que divide opiniões, então vamos aos fatos.
O que é podolatria?
A podolatria movimenta o mercado erótico, principalmente nos meios digitais. Existem até pessoas que compram, por valores diversos, os famosos “packs de pé”. Esses pacotes incluem vídeos e fotos dos pés de outras pessoas. Até o momento, essa é uma prática legal, mas precisa ser feita com o consentimento.
De acordo com a sexóloga Cristina Grecco, mestre em saúde da mulher e terapeuta sexual, o fetiche é um desejo sexual não convencional. Ele pode ser destinado a uma parte específica do corpo ou um objeto, excluindo os seios e genitais.
Na podolatria, esse interesse é forte pela região dos pés e para tudo o que tem ligação com essas partes, como sapatos e meias. É caracterizado pelo prazer ao ver, beijar, trocar, cheirar, lamber, acariciar ou fazer massagem nos pés.
É aí que entra a parte mais “creepy” do fetiche, visto que algumas pessoas gostam de pés sujos e com odores intensos. Esse viés também existe dentro da podolatria, de acordo com a profissional.
A podolatria é um transtorno?
Não é errado, estranho, muito menos um transtorno! De acordo com Cristina, esse fetiche pode ser considerado basicamente como uma preferência sexual diferente do comum. Mas, como estamos inseridos em uma comunidade que define padrões de comportamento, inclusive para as relações sexuais, muitos acham “nojento” ou “estranho”. A prática, no entanto, está longe de ser uma aberração, como muitos pensam.
De acordo com o mais atualizado Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mental (DsM), qualquer fetiche, inclusive o interesse pelos membros inferiores, só é classificado como transtorno mental quando causa qualquer tipo de angústia e sofrimento na pessoa que tem o fetiche ou que está envolvida na prática.
Se não causa nada do tipo, é apenas um fetiche. Agora, a partir do momento em que a barreira da integridade física e psicológica é ultrapassada, tanto para quem está praticando ou quem age como “passivo”, aí é preciso procurar por ajuda.
Vale também a reflexão de que, quando comparado aos outros fetiches, a adoração por pés pode ser muito menos perigosa do ponto de vista de ameaça física da parceria sexual, como amarrações e asfixia, por exemplo.
Como os podólatras incluem seus fetiches na relação?
De acordo com a sexóloga Vanessa Inhesta, existem muitas possibilidades para incluir os pés nas relações sexuais. Algumas pessoas, por exemplo, gostam de ter relações em posições onde os pés da parceria ficam perto de seus rostos, assim como usá-los durante a masturbação.
“Ás vezes, não é preciso ter a penetração. Os podólatras gostam de ver os pés, massageá-los, beijá-los e lambê-los”, disse Vanessa. “Em alguns casos, os adeptos do fetiche procuram outros pés para interagir. Não é que eles estejam sendo infiéis, eles só querem outros membros para cheirar e massagear”, completou.
E existem vários perfis de Instagram em que os pés são os protagonistas. “Eles chegam e pagam por pacotes de imagens de pés de desconhecidas, assim como meias usadas e sapatilhas”, concluiu a sexóloga.
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Fontes: UOL; Gaucha ZH; Diário Gaúcho; Dicas de Mulher; Minha Vida; Glamour
