Recuperar-se de um término não é tarefa fácil. É normal passar por um processo de luto afetivo, semelhante ao que ocorre quando perdemos um ente querido. Existem várias fases que devem ser respeitadas e seguidas para que possamos superar a separação e seguir em frente. Muitas pessoas têm o impulso de escapar da dor e do vazio buscando imediatamente uma nova relação. No entanto, é importante enfatizar que esse não é o melhor caminho a ser seguido.
É importante dedicar tempo ao processamento do que aconteceu, discutir o assunto com amigos e compreender nossos próprios sentimentos, sem ignorar o desconforto da situação. Embora não seja uma tarefa fácil, viver cada fase com calma facilita o processo de superação.
Diante disso, apresentamos mais detalhes sobre as fases do luto afetivo. Continue conosco para entender melhor esse processo
Conheça as 5 fases do luto afetivo
1. Negação
Nessa fase, a pessoa não aceita o que aconteceu, nega a perda e se recusa a aceitar que o relacionamento tenha terminado. Um exemplo bem característico desse período é representado pela ideia de que o término pode ter sido um grande erro ou apenas um acesso de raiva que saiu do controle.
Na negação, a mente se concentra em encontrar formas de solucionar os problemas e, desta maneira, poder retomar o relacionamento. Esta fase tem uma função adaptativa, a qual permite ganhar tempo para “digerir” essa perda, poder continuar seguindo a vida e, aos poucos, se conscientizar das mudanças.
“É uma fase que envolve o choque e o impacto pelo término”, disse Gabriela Luxo, psicóloga mestre e doutora em distúrbios do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Segundo ela, a fase é ainda mais intensa para quem levou o “cartão vermelho”.
“Por isso é um estágio marcado por fantasias de que aquilo não pode estar acontecendo, que a outra pessoa está confusa, e ainda há esperanças de que vão reatar. A negação é um mecanismo de defesa do ser humano, pois diante da dificuldade de aceitar a dor, é melhor negá-la para não sofrer”, afirma Joselene L. Alvim, psicóloga especialista em neuropsicologia pelo setor de neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).
2. Raiva
No luto afetivo, a fase da raiva pode ser “benéfica” ou “positiva”, pois se algo ou alguém está nos causando isso, a evitamos e procuramos removê-lo de nossa vida. Se é um término, ótimo! Quando a raiva é bem conduzida, é m motor muito poderoso. Ela te mantém longe da pessoa e isso é fundamental para superação. Ter muito contato com o ex durante as fases de luto faz com que fiquemos presos na fase de culpa pu tristeza.
Nessa fase podemos ter raiva de nós mesmo, se estivermos sofrendo, e concluir que a responsabilidade pela separação foi da outra parte. “Nesse caso, pode acontecer uma idealização do ex e há uma tendência a procura-lo com a justificativa de resolver situações práticas, pedir favores, as na verdade o que tem é vontade de manter contato, aforar o quanto são íntimos”, afirma Triana Portal, psicóloga e terapeuta de casal.
Se o parceiro quem pediu a separação, principalmente se houve infidelidade, pode surgir um desejo de vingança nessa fase. “Fala mal do ex para as pessoas, precisa provar para o mundo o quanto o outro é ruim, liga para tirar satisfações, ofender, ameaçar, reclamar, acusar. É um período muito nocivo e por trás dessa agressividade há muita tristeza”, completa a terapeuta.
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3. Barganha
Conforme o tempo passa, mudamos de “estágio” no luto afetivo. Nessa fase a pessoa muda o tom, faz promessas de que mudará o comportamento, pode até perdoar traições, pede chances para tentar fazer a relação dar certo dessa vez, apela para amigos, advogados, psicólogos, parentes, cartomantes e tudo o que tem disponível. Ela realmente está disposta a fazer qualquer coisa para que tudo volte a ser como era antes.
Além do medo de ficar sozinha, pode existir uma supervalorização do ex, o que passa de grande vilão para mocinho da noite para o dia. A pessoa pensa que todo aquele sofrimento vivido é pelo amor que sente pelo parceiro, as outras coisas podem estar envolvidas como: dor da solidão, abandono, da perda de uma posição social e mágica pela quebra de expectativa em formar uma família.
4. Depressão/tristeza
Nessa fase a pessoa começa a assumir que perdeu, mesmo que de forma rasa, o término. pode até perdoar traições. É quando a consciência de que a vida vai mudar começa a dar indícios. De acordo com a psicologia, a tristeza extrema é essencial para que possamos realmente enfrentar a perda! Ela nos ajuda a se conectar com o que aconteceu e começar, mesmo que a passos lentos, superar o sofrimento.
É comum que haja um sentimento de fracasso, apatia, falta de esperança e medo, assim como pensamentos intrusivos constantes sobre o passado. Essa é uma fase onde as pessoas choram muito e tem a impressão de que a dor será eterna.
É nesse estágio que precisamos nos apegar aos amigos e familiares para que não entremos em um estado de depressão profunda que pode trazer problemas às demais áreas de nossas vidas.
5. Aceitação/renovação
Depois de viver dias difíceis com muitas lágrimas, raiva, sofrimento e dor, uma luz começa a brilhar no fim do túnel! No último estágio, entendemos que é hora de seguir a vida e aceitar a nova realidade.
Estamos pronto para colocar tudo em ordem e retomar o controle da situação, arrumar a bagunça. É hora de retomar a atenção dedicada ao trabalho, às finanças, à casa e à saúde física e mental. A partir da assimilação da nova realidade, a pessoa finalmente estará pronta para preencher o vazio com outros planos, outras amizades, sonhos e até um novo amor.
Fontes: UOL; A Mente é Maravilhosa; Terra; Psicóloga SP