É normal não sentir prazer com a penetração?

É normal não sentir prazer com a penetração?

Não sentir prazer com a penetração é algo muito comum entre mulheres, embora muitas não falem sobre isso. Em alguns relatos, elas descrevem que, durante o sexo, simplesmente não sentem nada de especial com o ato em si. Já em outros casos, em vez de prazer, o que aparece é desconforto ou até mesmo dor, o que pode tornar a experiência ainda mais difícil.

O grande desafio está justamente em colocar esse assunto em palavras e pedir ajuda, já que muitas acabam sofrendo em silêncio. Por isso, trazer esse tema à tona é tão importante. Nosso objetivo aqui é abrir esse espaço de acolhimento e esclarecimento, para que nenhuma mulher se sinta sozinha nessa vivência.

É normal não sentir prazer com penetração?

Sim, é totalmente normal não sentir prazer só com a penetração, e isso acontece com muito mais gente do que se imagina. Existe uma ideia muito difundida de que o sexo “de verdade” é aquele focado na penetração, mas, na prática, a maioria das mulheres não chega ao orgasmo dessa forma.

Isso não tem nada a ver com defeito ou falta de vontade, mas com a própria anatomia do corpo. O clitóris é o principal centro do prazer feminino, e ele nem sempre é estimulado durante a penetração.

A psicóloga Laurie Mintz, que estuda muito esse tema, lembra que esse mito sobre a penetração como fonte principal de prazer acaba gerando frustração, quando na verdade a sexualidade é muito mais ampla e variada.

Além da parte física, o prazer também depende de como a pessoa está se sentindo no momento. Se há ansiedade, falta de conexão com o parceiro, pressa, cansaço ou até dor, é natural que a excitação não aconteça da mesma forma.

Mudanças hormonais, uso de alguns medicamentos e até questões de saúde também podem influenciar. E isso não significa que algo está errado; significa apenas que o corpo responde de maneiras diferentes, e cada pessoa precisa descobrir o que funciona melhor para si.

Por isso, se a penetração sozinha não traz prazer, não há motivo para culpa ou preocupação. Muitas mulheres precisam de estimulação clitoriana junto da penetração, carícias, preliminares mais longas ou simplesmente de outro tipo de toque para realmente se excitarem e chegarem ao orgasmo.

O mais importante é conhecer o próprio corpo, conversar abertamente com o parceiro e, se houver dúvidas ou incômodos, buscar orientação profissional. O prazer não tem uma receita pronta, ele é único, pessoal e merece ser vivido sem comparações ou cobranças.

O que fazer nesses casos?

Em alguns casos as mulheres sentem desconforto na penetração, logo não sentem prazer. Então, é preciso um pouco mais de atenção para lidar com a situação. De forma geral, diferente dos homens, que querem logo chegar a penetração, as preliminares são importantes para elas.

Isso porque a resposta sexual feminina é um pouco mais lenta que a masculina, ou seja, cerca de 15 a 20 minutos. No entanto, não sentir nada de prazer durante a relação já é um caso mais complicado. Recomenda-se então testar diferentes posições para que o clitóris seja estimulado.

Mas se o que impedir o prazer for a dor, é preciso consultar o médico, visto que pode ser um caso de vaginismo. Essa é uma contração involuntária dos músculos da vagina durante o sexo. Então essa reação do corpo atrapalha a penetração, causando a dor.

Outro problema pode ser o não rompimento completo do hímen, como já foi relatado por algumas mulheres. Então, de toda forma, se houver qualquer tipo de dor que incomoda, o médico precisa ser consultado. É importante lembrar que o sexo é para ser prazeroso.

Fontes: Catraca Livre; UOL; Diário Gaúcho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MINTZ, Laurie. Becoming Cliterate: Why Orgasm Equality Matters—and How to Get It. New York: HarperOne, 2017.

MUEHLENHARD, Charlene L.; SHIPPEE, Sarah K. Men’s and women’s reports of pretending orgasm. Journal of Sex Research, v. 47, n. 6, p. 552–567, 2010. https://doi.org/10.1080/00224490903171777

HERBENICK, Debby; FU, Tsung-chieh; PUENTE, Barbara; FILIPPELLI, Rachel. Women’s experiences with genital touching, sexual pleasure, and orgasm: Results from a U.S. probability survey. Journal of Sex & Marital Therapy, v. 44, n. 3, p. 201–212, 2018. https://doi.org/10.1080/0092623X.2017.1346530

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