Muitas pessoas já ouviram a palavra libido, mas não fazem ideia do que se trata ou como ela está diretamente ligada à vida sexual. Em poucas palavras, a libido é o apetite sexual, o desejo que as pessoas têm pelas relações sexuais.
Nesse sentido, trouxemos um artigo completo sobre o assunto, com algumas dicas de como aumentar a libido. Confira conosco a seguir.
O que é libido?
Utiliza-se esse termo para descrever o impulso ou desejo sexual tanto de homens quanto de mulheres. Na psicologia, a libido é essencial para entender o comportamento dos seres humanos, uma vez que o condiciona e é vista como a energia que move os instintos vitais de cada indivíduo.
Diferente do que muitos pensam, a libido não está exclusivamente ligada aos órgãos genitais. Esse apetite sexual pode ser direcionado em relação a uma pessoa, objeto, ao próprio corpo ou a uma atividade intelectual.
Já no âmbito da psicanálise, de acordo com os estudos de Sigmund Freud, “a libido consiste em uma energia psíquica que resulta maioritariamente do instinto sexual e que determina o comportamento da vida do homem”. Segundo Carl Jung, “é uma energia ou força vital psíquica que pode ser amplamente direcionada”.
Cada pessoa pode concluir que o seu desejo sexual é algo subjetivamente “normal”. Ou seja, cada um possui um nível diferente, em situações diferentes da vida.
De acordo com o médico urologista João Brunhara, ao podcast ‘Omenscast’, “Cada consulta a um especialista deve considerar o indivíduo como um todo, um ser único, antes de eventualmente compará-lo a normas diferentes. Essa abordagem possibilita quantificar um comportamento sexual e diagnosticá-lo como anormal ou não”.
Quais são os impactos da libido na nossa vida??
Graças aos avanços na neurociência social e cognitiva, hoje temos algumas respostas quando o assunto é a atuação da libido no cérebro. Podemos identificar uma rede cerebral comumente ativa em uma pessoa que não enfrenta problemas de libido e nenhum outro distúrbio neurológico.
Isso quer dizer que podemos ver quais áreas do cérebro estão envolvidas na libido. São elas: as regiões frontal-temporal-parietal e subcortical. Essas regiões sustentam os mecanismos de satisfação, de emoção, de associações da memória, de identificação com o outro e de representação mental.
Além disso, estudiosos notaram que fatores genéticos podem exercer uma função no desejo sexual, bem como determinar a variação da produção de dopamina, por exemplo. Esse hormônio é muito importante para a libido.
Conclui-se que as diferentes modulações da rede cerebral e as variações genéticas são extremamente importantes para o desejo sexual. Assim, os estudiosos precisam levar em conta uma série de conhecimentos psiquiátricos, neurológicos, psicológicos e sexológicos, a fim de compreender um caso de perda ou ausência total da libido. É preciso um tratamento personalizado nesses casos.
Como se caracteriza a libido normal?
Não é tão simples definir a normalidade do desejo sexual! É preciso fazer o uso da neurociência para responder a questão e estar sempre com as antenas ligadas ao falar de “disfunções sexuais”. Antes de entender o que é “libido normal”, é necessário estudar diferentes comportamentos, práticas psicológicas, genéticas, biológicas ou culturais e sociais.
Embora pareça uma tarefa de total necessidade, colocar uma norma na sexualidade humana continua sendo algo difícil. Podemos definir essa normalidade de muitas formas diferentes: legal, biológica, moral, fisiológica e estatística, por exemplo.
Em contrapartida, essa noção de normalidade pode ser muito contraditória. Isso acontece porque podemos descrevê-la de forma objetiva (critério físico comparado a um padrão biológico) e de modo subjetivo (frequência do desejo de uma pessoa quando comparado ao desejo de toda uma população).
Desta maneira, uma pessoa pode concluir que o seu desejo sexual é subjetivamente “normal”, sendo usado por ela como uma referência. Do mesmo modo, outra pessoa pode considerar o mesmo libido como algo anormal.
É por isso que cada consulta com um profissional deve considerar o indivíduo como um todo, um ser singular, antes de eventualmente compará-lo a normas diferentes. Essa é um abordagem que possibilita quantificar um comportamento sexual e diagnosticá-lo como anormal ou não.
Quais são as principais causas da falta de libido?
“O envelhecimento humano traz várias mudanças. Para o homem, uma das mais citadas é a andropausa: mas ela existe mesmo? O que é e quais são os sintomas da andropausa? E os outros fatores ao envelhecimento, como uma testosterona baixa (baixa libido) e problemas de ereção (disfunção erétil)”, questionou e relatou o Dr. João Brunhara. Ou seja, a idade traz complicações com o apetite sexual, assim como podem surgir problemas de ereção nos homens.
Existem diversos fatores que resultam na perda de libido. Os principais são:
1. Problemas cardíacos
Homens e mulheres com problemas cardíacos têm taxas de colesterol alteradas. Uma das principais funções do colesterol é participar de forma ativa na produção de alguns hormônios, inclusive os sexuais. Além disso, muitos medicamentos utilizados no tratamento do coração são responsáveis pela disfunção sexual. E consequentemente afeta a libido.
Com isso, fica a recomendação e fazer acompanhamento médico periodicamente. É mais importante ainda após os quarenta anos.
2. Pílulas anticoncepcionais
Esses medicamentos alteram a ovulação. Desta forma, os hormônios que produzem a libido são afetados.
3. Diabetes
Diabetes prejudica diretamente a produção de lubrificação e ausência do orgasmo, pois os níveis de glicose no sangue são alterados. Isso pode, inclusive, alterar o pH da vagina.
Mulheres diabéticas que entram na menopausa precisam realizar consultas com o ginecologista. Somente o profissional poderá indicar medicamentos ou técnicas para aumentar a lubrificação e, consequentemente a libido nesse período.
4. Doenças neurológicas
Doenças neurológicas são doenças crônicas, progressivas e que causam a diminuição dos níveis de dopamina no cérebro. Isso compromete a libido das mulheres. A deficiência no funcionamento dos nervos dificulta a comunicação do cérebro com o órgão sexual.
5. Menopausa
Chama-se menopausa o fim do período fértil da mulher. É quando os ovários produzem menos hormônios sexuais. É uma fase complicada para as mulheres é preciso muito conhecimento e paciência para passar por ela. Consequentemente a libido é diminuída.
6. Obesidade
A obesidade pode causar diversos problemas de saúde. Mulheres obesas, por exemplo, produzem menos estrogênio e o fluxo sanguíneo também sofre uma diminuição, inclusive nas regiões genitais, inibindo então a excitação. As células adiposas em excesso causam um grande desequilíbrio hormonal.
7. Uso de álcool e drogas
A sensação de excitação sexual depois de consumir bebidas alcoólicas ou determinados entorpecentes é temporária. Inclusive, quando consumidos em altas dosagens, o efeito pode ser reverso. O nível de excitação e quantidade de orgasmos é reduzido de forma considerável.
8. Sono irregular
Uma boa noite de sono pode ajudar a combater diversos problemas, inclusive a falta de libido. Quando dormimos, liberamos hormônios que causam o desejo sexual, portanto, quando estamos com o sono desregulado, um dos sinais do corpo é a libido prejudicada. A falta de sono ainda aumenta a produção do cortisol, que é o hormônio do estresse.
9. Má alimentação
Alimentos que possuem uma alta taxa glicêmica prejudicam a libido quando são consumidos com frequência. A cafeína é um exemplo disso. Mas existem outros que precisamos tomar cuidado, como alguns queijos, pães, frituras e alimentos processados. A pouca ingestão de água também influencia de forma drástica.
10. Fatores psicológicos
O desempenho sexual pode ser comprometido por fatores psicológicos que causam a diminuição da libido. Como por exemplo:
- Estresse;
- Depressão;
- Ansiedade;
- Traumas;
- Baixa autoestima;
- Conflito no relacionamento.
11. Idade
O avanço da idade resulta na perda de libido naturalmente. No entanto, ainda é comum que os homens mais velhos continuem com o desejo. Mais do que as mulheres da mesma idade.
Como aumentar a libido?
Independente da situação, é importante estar disposto a mudar algumas coisas para lidar com esse problema. Uma vida sexual saudável é sinônimo de uma vida como um todo mais prazerosa. Ainda assim, o ideal é procurar por um profissional, já que cada caso é singular e o tratamento também. Veja algumas formas de aumentar a libido.
1. Reveja o relacionamento
Uma boa convivência com a pessoa amada faz com que os momentos íntimos sejam mais prazerosos. Isso ajuda a evitar até mesmo os desconfortos físicos durante a relação. Então, estar em harmonia é uma das principais maneiras de lidar com a falta de libido.
2. Cuide da mente
A saúde mental está diretamente ligada à libido. Pessoas estressadas e cansadas tendem a sofrer com isso. Por isso, recomenda-se estabelecer momentos de descanso, autocuidado e autoconhecimento. Com a correria do dia a dia, muitas mulheres deixam de lado os pequenos prazeres que as levariam a uma vida mais tranquila. Na hora do sexo, esvazie a mente e foque no momento.
Quanto mais excitadas, mais o corpo liberará ocitocina, que é o hormônio da felicidade, e dopamina, hormônio ligado ao prazer.
3. Procure ajuda médica
Essa talvez seja a principal dica! A falta de libido vai além das questões psicológicas e podem estar ligadas às causas físicas. Então, o certo é procurar por um profissional que possa avaliar o seu problema de forma singular e recomendar a melhor forma de trata-lo.
4. Atente-se aos medicamentos que está tomando
Como foi dito, medicamentos como pílula anticoncepcional e medicamentos para doenças neurológicas e cardíacas podem reduzir o apetite sexual. Então, o indicado é procurar a orientação médica para que juntos possam encontrar um medicamento ou dosagem que lide com ambos os problemas.
- Leia também: Como os antidepressivos podem afetar a libido?
5. Melhore a alimentação
Uma dieta equilibrada e natural pode fazer com que a falta de apetite sexual não seja mais um problema. Confira alguns alimentos que ajudam:
- Chocolate: o chocolate produz serotonina, que é um neurotransmissor com diversas funções sobre o humor, o sono e responsável pela sensação de prazer;
- Manjericão: esse alimento é um ótimo fortificante dos órgãos sexuais;
- Ostras: as ostras contém zinco, que está ligado à produção de testosterona. Esse alimento aumenta a produção dos espermatozoides e da testosterona, assim como aumento da secreção lubrificante vaginal, o que estimula a vida sexual do casal. Além disso, as ostras possuem iodo, fósforo e gordura saudável.
- Amendoim: Esse é um alimento energético e de alto valor teórico. O amendoim contém boa quantidade de vitamina B3, que ajuda na vasodilatação sanguínea. Por isso está diretamente ligado ao aumento de libido.
6. Faça exercícios físicos
O corpo como um todo precisa de exercícios físicos para se manter saudável! Quando alinhado a uma boa alimentação, os resultados são notáveis rapidamente. Uma rotina de exercícios melhora a circulação sanguínea, o que faz com que os órgãos sexuais sejam facilmente irrigados e aumente a sensibilidade ao prazer.
- Leia também: Libido na gravidez
Fontes: Unimed Fortaleza; Significados; Omens; Eurekka; Revista Galileu
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Abdo CHN. Quociente sexual feminino: um questionário brasileiro para avaliar a atividade sexual da mulher. Diagn Tratamento. 2009;14(2):89-91. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2009/v14n2/a0013.pdf
2. Curti PA. Disfunção Sexual – Inibição do desejo sexual feminino e sintomas depressivos. Dissertação de mestrado em Psicologia. 2010. Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Campo Grande-MS. 2010:117. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/8162-disfuncao-sexual-inibicao-do-desejo-sexual-feminino-e-sintomas-depressivos.pdf
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