síndrome do Tarzan

Síndrome do Tarzan: o que é e como funciona?

As relações amorosas passaram por muitas transformações ao longo dos anos, impulsionadas por diversos fatores sociais e culturais. Novas dinâmicas têm impactado a estabilidade emocional dos casais, e, entre tantas tendências, a síndrome de Tarzan se tornou um fenômeno bastante comum, afetando pessoas de todas as idades.

Essa síndrome faz referência ao personagem fictício Tarzan, que se balança de cipó em cipó, sem nunca soltar um antes de segurar o próximo. De maneira similar, uma pessoa que sofre dessa síndrome tende a iniciar um novo relacionamento antes mesmo de encerrar o anterior. Isso reflete um padrão de comportamento onde o indivíduo busca uma nova conexão emocional ou afetiva antes de dar um fim à relação atual, muitas vezes por medo da solidão ou da falta de estabilidade.

O que é a síndrome do Tarzan?

A Síndrome do Tarzan se caracteriza pela dificuldade de um indivíduo em ficar “sozinho”, sentindo um vazio emocional após o término de um relacionamento. Isso o leva a “pular” para novos relacionamentos sem dar a si mesmo o tempo necessário para curar e processar o que acabou, como explica a psicóloga Lara Ferreiro.

Assim como o personagem Tarzan, que nunca solta um cipó antes de estar bem firme em outro, esse comportamento reflete uma clara dificuldade em lidar com o luto emocional e as consequências do término. Esses padrões, observados em diversos relacionamentos amorosos, também podem ser vistos no contexto profissional, como quando as pessoas mudam de emprego frequentemente em busca de uma satisfação imediata.

No entanto, é no campo das relações amorosas que a síndrome se mostra mais destrutiva, impactando tanto a pessoa que adota esse comportamento quanto o seu novo parceiro. Isso ocorre porque, ao não dar espaço para o processo de cura emocional, o indivíduo acaba entrando em novos relacionamentos com bagagens não resolvidas, o que pode gerar frustrações e instabilidade nas relações subsequentes.

Como funciona a síndrome do Tarzan?

Como o nome e a descrição sugerem, a pessoa que vive a síndrome do Tarzan não consegue romper uma relação antes de engatar outra. Em outras palavras, ela inicia um novo relacionamento enquanto ainda está envolvida com o anterior, o que pode ser visto como uma forma de traição emocional, já que, muitas vezes, um lado já está emocionalmente comprometido com outra pessoa antes de dar fim à relação atual.

De acordo com a psicologia, essa atitude reflete uma tentativa de evitar o sofrimento do rompimento. É uma forma de não ter que lidar com o luto pós-término, preenchendo o vazio emocional com um novo relacionamento. No entanto, brincar com os próprios sentimentos dessa maneira, desrespeitando o processo natural de cura emocional, pode causar sérios problemas ao longo do tempo, tanto para a pessoa que adota esse comportamento quanto para aqueles que entram em novas relações com ela. O ciclo de não resolver os sentimentos antes de seguir em frente pode resultar em relações superficiais e em constantes frustrações emocionais.

Por que ocorre a síndrome do Tarzan?

Segundo a psicologia, esse tipo de síndrome também pode ser conhecido como “relação liana”, em que a pessoa evita o processo de luto após o término e busca preencher o vazio emocional com outra relação. Lara explica que esse comportamento faz com que o indivíduo não enfrente a dor da ruptura, procurando um alívio temporário em um novo relacionamento.

Esse comportamento, evidentemente, tem um efeito anestésico, impedindo que a pessoa reflita sobre seus próprios erros em relações passadas. Como resultado, padrões disfuncionais podem se repetir, tornando difícil o autoconhecimento e a construção de uma identidade emocional autônoma. Sem o tempo necessário para processar o término e aprender com a experiência, o indivíduo continua preso a ciclos emocionais inacabados, o que pode dificultar seu crescimento e amadurecimento emocional.

Como sair desse ciclo?

Esse comportamento tem gerado relações superficiais, impedindo que as pessoas processem os términos e aprendam com suas experiências passadas.

“A rapidez nas trocas pode gerar estresse emocional e ansiedade, contribuindo para problemas de saúde mental. Romper esse ciclo pode ser desafiador por várias razões. Muitas pessoas não reconhecem que estão em um ciclo vicioso, o que torna difícil buscar a mudança, que pode ser assustadora”, explica a psicóloga Cláudia Melo.

Uma das formas mais recomendadas de sair desse ciclo de pular de relacionamento em relacionamento é investir tempo no autocuidado. É importante investir tempo em si mesmo e refletir sobre experiências passadas pode ajudar a entender melhor as próprias necessidades e comportamentos.

“A terapia pode ser uma ferramenta valiosa para trabalhar questões de dependência emocional, insegurança e padrões de relacionamento. Focar em hobbies, amizades e interesses pessoais pode ajudar a construir uma identidade fora dos relacionamentos românticos”.

Ela ainda reforça a importância de viver a dor da perda e passar pelo processo de luto logo após o término de uma relação. Esse processo é saudável e essencial para o crescimento emocional.

Como identificar os sinais da síndrome de Tarzan?

Existem alguns sinais que nos permitem identificar a síndrome do Tarzan. De acordo com profissionais da saúde psicológica, basta se atentar a eles, de forma mais atenta. Eles incluem:

  • Transição rápida entre relacionamentos: O indivíduo dificilmente fica sozinho e se envolve com uma nova parceria logo após o término de um relacionamento anterior;
  • Desconforto com a solidão: Um ser incapaz de permanecer solteiro por medo do vazio emocional ou do isolamento como um todo;
  • Falta de reflexão sobre o que acabou: Não existe um período de luto ou autoanálise, o que indica uma fuga de questões emocionais;
  • Relações superficiais ou codependentes: A necessidade constante de estar em um relacionamento faz com que o indivíduo crie vínculos frágeis ou baseados na dependência emocional, e não em uma conexão saudável e profunda.

Agora que você já sabe tudo sobre a síndrome do Tarzan, não deixe de ler também sobre o Micro-Romance

Fontes: ND Mais; UOL; CNN Brasil; USP; Terra

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