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Throning: como é essa tendência de relacionamento?

Relacionar-se com alguém em troca de algo não é uma prática recente, mas com o tempo, esse tipo de comportamento ganhou novos nomes e nuances na geração atual. O termo “Throning” se popularizou recentemente na internet, especialmente nas redes sociais, e descreve um tipo de relacionamento em que uma pessoa coloca a outra em uma posição de destaque, como se estivesse a “colocando em um trono”. A ideia por trás desse comportamento é que o relacionamento se torna uma prioridade, muitas vezes acima de outros aspectos da vida da pessoa.

No entanto, o throning não se baseia no amor genuíno, mas sim em um interesse específico, seja ele financeiro, emocional ou social. Esse tipo de dinâmica pode ser observado em diversos contextos, desde parcerias que visam status até relações em que um lado se beneficia de algum modo mais direto do outro.

Mas por que o throning ganhou tanta popularidade? E qual é a verdadeira motivação por trás dessa prática? Vamos explorar mais sobre isso a seguir.

O que é o throning?

O conceito de throning, como o próprio nome sugere, é um tipo de relacionamento em que uma pessoa coloca o parceiro em um “trono” — ou seja, a coloca em uma posição de destaque, valorizando o status social dessa pessoa acima de suas qualidades pessoais. Essa tendência surgiu com a geração Z e logo conquistou espaço nas mídias sociais, especialmente após a popularização de termos como “ghosting” e “love bombing”. O throning descreve um tipo de namoro em que a principal motivação não é o afeto, mas a busca por um parceiro capaz de melhorar a reputação e o ego da pessoa.

De acordo com o especialista em relacionamentos Siddharrth S. Kumaar, “throning é namorar alguém que, por meio de associação, aumenta sua reputação e ego”. Esse fenômeno acontece quando a pessoa prioriza o status social do parceiro em vez de suas características pessoais. Em vez de se importar com o caráter ou as qualidades intrínsecas, o foco está no que o outro pode oferecer em termos de influência e poder.

Embora a ideia de relacionamentos baseados em interesses não seja algo novo, o throning traz uma roupagem moderna para um comportamento já presente em outras formas de relacionamento. Aplicativos de namoro, por exemplo, frequentemente mostram pessoas em busca de parcerias “superiores” a elas em termos sociais, uma versão mais direta do que o throning representa.

No Brasil, esse comportamento é frequentemente associado ao termo “gold-digger”, que se refere àqueles que procuram parceiros com o objetivo de se beneficiar financeiramente ou socialmente. Em tempos modernos, a “moeda social” passou a ter valor semelhante à riqueza financeira: ao ampliar o círculo social, aumentam-se o poder e a influência, e o throning tornou-se uma maneira de alcançar isso.

Qual é a real motivação do throning?

Para Kelpana Singh, especialista em relacionamentos, a principal motivação por trás do throning decorre de um desejo de validação social, inserção nos círculo sociais exclusivos, aumento na autoestima e, é claro, maior influência nas mídias sociais.

Mesmo que haja benefícios de curto prazo para a sociedade no throning, as relação podem sofrer como resultado. Singh acrescentou: “Relacionamentos baseados apenas na ascensão social têm a base de interesses compartilhados, afeição e intimidade. Throning prioriza a influência sobre a conexão genuína”.

De acordo com um estudo publicado na Science Advances, parte dos usuários de aplicativos de relacionamento procura por um parceiro que seja 25% mais atraente que ele, implicando assim no desejo de se associar a alguém que é visto como tendo um status maior. Essa ideia é elevada a um novo nível pelo throning.

Segundo os dados divulgados pelo aplicativo de namoro Plenty of Fish, 27% dos jovens da geração Z já se sentiram usados por conta dessa “entronização” e perceberam que os parceiros os viam como espécie de trampolim social. Isso quer dizer que eram alpinistas sociais. Muitos veem isso como “caçadores de likes”, uma mudança em relação ao passado, quando eram “caçadores de fortunas”.

Fontes: Terra; IGN; A Cidade On; Metrópoles; Capricho

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